O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, demitiu nesta sexta-feira, 30, o comandante da Força Aérea do país, Mykola Oleshchuk, um dia após o Exército ucraniano informar que um caça F-16, de fabricação americana, foi destruído no primeiro dia de uso, em um acidente no início desta semana. Há “indícios” de que fogo amigo vindo de mísseis Patriot pode ter provocado o incidente, sem aparente correlação com as forças russas, disse uma autoridade ao jornal americano The New York Times.
“Decidi substituir o comandante da Força Aérea. Sou eternamente grato a todos os nossos pilotos militares”, anunciou o líder ucraniano.
Não houve explicação clara sobre a mudança no posto, mas Zelensky citou que o nível de comando deveria ser fortalecido. Uma investigação foi aberta em parceria com os Estados Unidos para descobrir as causas do acidente com o F-16. Falha mecânica ou erro do piloto também estariam entre as hipóteses para a queda, disse um oficial do Departamento de Defesa dos Estados Unidos à agência de notícias Reuters.
Segundo o Exército, a aeronave despencou do céu quando se aproximava de um alvo da Rússia. O piloto do avião, Oleksiy Mes, que participou de treinamentos acelerados para conduzir os caças, morreu no episódio. Um relatório recente do think tank americano Center for Strategic and International Studies apontou que “serão anos até que a Força Aérea Ucraniana tenha experiência suficiente para executar missões de combate de forma eficaz”.
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Epopeia dos F-16
O presidente anunciou a chegada de novos F-16, no início do mês, para fortalecer a Força Aérea da Ucrânia, que procura substituir antigos modelos de aviões de guerra da era soviética, como os MiG-29 e Su-27. Na terça-feira, 27, ele afirmou que os caças são “um grande sucesso” e foram utilizados para destruir “alguns mísseis e drones” russos. Por segurança, ele disse que não revelaria o número de jatos empregados no campo de batalha e agradeceu aos “parceiros” da Ucrânia.
Os jatos foram entregues pela Dinamarca, Holanda e Estados Unidos depois de reclamações constantes de Kiev, que cobrava os países a cumprir com suas promessas. Até junho deste ano, os ucranianos haviam recebido apenas dez dos 79 caças que, juntos, foram prometidos por Bélgica, Dinamarca, Noruega e Países Baixos. Apesar da chegada da remessa, Zelensky renovou os apelos para que continuem a apoiar suas tropas. “Ainda assim, não é suficiente, não temos muitos (F-16) e ainda precisamos treinar pilotos”, concluiu.