Zelensky e premiê britânico alinham estratégia contra Rússia antes de cúpula no Alasca
Objetivo da reunião é garantir uma base sólida de apoio diplomático e militar a Kiev caso as negociações desta sexta-feira com os EUA fracassem

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, recebeu o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em Downing Street na manhã desta quinta-feira, 14. O objetivo do encontro seria coordenar as ações de pressão dos países contra Moscou antes da reunião entre os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Donald Trump, dos Estados Unidos, no Alasca.
Londres entende que a reunião desta quinta é fundamental para garantir que a Ucrânia tenha uma base sólida de apoio diplomático e militar para uma possível negociação posterior à cúpula entre Moscou e Washington na sexta-feira, 15.
“Estamos prontos para aumentar a pressão, particularmente sobre a economia, com sanções e medidas mais amplas, conforme necessário”, declarou Starmer. O Reino Unido prepara um novo pacote de sanções e tenta estabelecer uma ‘força internacional de manutenção da paz’ caso os russos rejeitem a possibilidade de uma trégua.
O premiê britânico também deu um sinal de aprovação à iniciativa de Trump, afirmando que “em mais de três anos de guerra, não estivemos perto de uma solução viável que leve a um cessar-fogo. Agora temos essa oportunidade, graças ao trabalho que o presidente fez”.
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Apesar do elogio, a ausência de Zelensky na reunião causou grande preocupação inicial entre os líderes europeus. Na quarta-feira, 13, sete representantes de nações do velho continente — incluindo Reino Unido e Ucrânia — se reuniram com o presidente americano por videoconferência para falar sobre a reunião.
Trump teve sucesso em convencer seus homólogos de seus objetivos e estratégias para a cúpula, assegurando que não faria nenhuma concessão extrema que comprometa o futuro de Kiev, agradando aos presentes. Além disso, o republicano também disse que há uma boa chance de haver uma segunda reunião com a presença de Zelensky caso o primeiro encontro seja bem-sucedido.
As garantias do americano eram necessárias devido à postura de Moscou, que exige a retirada completa de tropas de Kiev das regiões que Moscou pretende anexar (cerca de 20% do território do vizinho) e o abandono das ambições ucranianas de se juntar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a principal aliança militar ocidental.