Zelensky evita aprofundar bate-boca com EUA e diz querer assinar acordo de minerais
Presidente ucraniano falou a jornalistas após conferência com chefes de Estado europeus, em Londres

Após participar de uma conferência com chefes de Estado europeus, em Londres, neste domingo, 2, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, disse a jornalistas que é importante estabelecer um “diálogo construtivo” com os Estados Unidos, buscando superar recentes desentendimentos e focar em futuras cooperações, como a assinatura de um acordo de minerais. Zelenskyy expressou que realizar negociações delicadas em público pode ser prejudicial, pois adversários podem se aproveitar de divergências entre aliados.
Zelenskyy evitou aprofundar-se nas controvérsias, preferindo concentrar-se em conversas construtivas sobre o futuro da relação bilateral. Ele reiterou seu compromisso com o “engajamento bipartidário” nos EUA, enfatizando a importância de que a posição ucraniana seja ouvida.
Um dos pontos cruciais destacados por Zelenskyy é o acordo de minerais entre os EUA e a Ucrânia, que ele assegura estar pronto para ser assinado. Este acordo visa a exploração conjunta de recursos minerais no território ucraniano, representando uma oportunidade para fortalecer a cooperação econômica entre os dois países.
Em resposta a questionamentos sobre a possibilidade de retornar e discutir questões pendentes com Trump, Zelenskyy destacou o respeito demonstrado ao aceitar o convite do presidente dos EUA para uma reunião na Casa Branca, sublinhando a importância do governo americano como um dos principais parceiros da Ucrânia. Ele também negou qualquer intenção de insultar alguém.
Zelenskyy também se recusou a dizer o que aconteceu depois que as câmeras pararam de rodar no Salão Oval na sexta-feira, e antes de ele deixar abruptamente a Casa Branca sem almoçar ou assinar o acordo de minerais. Foi relatado que a equipe de Trump pediu para o presidente ucraniano sair. “Melhor deixar isso para a história”, disse ele.
Rússia agressora
Além disso, Zelenskyy reiterou a importância de que a Rússia seja reconhecida como o agressor no conflito em curso, rejeitando qualquer tentativa de obscurecer essa realidade. Ele também mencionou os esforços de paz liderados pela França e Grã-Bretanha, expressando otimismo quanto a possíveis resultados positivos nas próximas semanas.
Falando sobre as garantias de segurança para a Ucrânia, Zelenskyy enfatizou a importância de elas serem fortes o suficiente para serem convincentes para os ucranianos comuns, que têm experiência em primeira mão de ver acordos anteriores violados pela Rússia. O presidente ucraniano levantou preocupações de que, se não houver garantias concretas, a Rússia logo se apressaria para reiniciar as hostilidades, alegando falsamente que os ucranianos violaram o acordo.
Após o encontro na Casa Branca, não houve comunicação direta de alto nível com o governo dos EUA. Durante suas declarações, Zelenskyy optou por se comunicar em ucraniano, utilizando um intérprete.