A ameaça de processo contra Noblat e Renato Aroeira é o retorno à censura
Thomas Traumann analisa os atos do governo contra os profissionais por uma charge que desagradou o presidente Jair Bolsonaro
O ministro da Justiça André Mendonça anunciou no Twitter que ordenou à Polícia Federal que investigue o jornalista Ricardo Noblat, colunista de VEJA, e o cartunista Renato Aroeira, por uma charge que desagradou o presidente Jair Bolsonaro.
Chefe hierárquico da PF, o ministro já adianta o veredito do inquérito: a inclusão do jornalista e do chargista na lei de segurança nacional, que considera crime “caluniar ou difamar o Presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação. Pena: reclusão, de 1 a 4 anos”.
Mas a questão não é a charge em si. A questão passa por algo chamado intimidação. O governo usa a lei da segurança nacional para restringir a liberdade de imprensa.