O governo demitiu nesta quarta-feira, 11, o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, depois que muita gente se revoltou com a possibilidade de recriação da CPMF. Parece simples, mas não é. Cintra fala na criação de um imposto único a ser cobrado nas transações financeiras há muito tempo, pelo menos desde 1996. Quando Paulo Guedes o chamou para integrar sua equipe de campanha, ele sabia disso.
Mas a ideia é ruim e ineficiente. No Congresso, estava claro de que as chances da CPMF passar eram pequenas. Mas por que Paulo Guedes deixou Cintra falar tanto tempo sobre esse assunto? Em tese, foi para testar. Se desse certo, recriava o imposto e teria uma bandeira para falar em relação a emprego, coisa que o governo Bolsonaro até agora não tem.
E o Planalto agora finge que apenas Marcos Cintra defendia a ideia. Mas o que acontece mesmo é que, nos últimos dias, várias pessoas, começaram a rever vários pronunciamentos de Bolsonaro e seus filhos contra a CPMF na época em que o governo Dilma cogitou voltar com o imposto, em 2015. O grande derrotado nessa história toda é Paulo Guedes. Mas quem ganha é Jair Bolsonaro, já que ele quer intervir na Receita Federal. E sem o número 1 do órgão, o presidente terá mais controle sobre o que fisco está fazendo.