Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

A articulação política do governo: o “toma lá” e o “dá cá”

VEJA revelou que o ministro Luiz Eduardo Ramos tem lista de 13.000 cargos para pressionar parlamentares infiéis - a notícia repercutiu mal no Congresso

Por Da Redação Atualizado em 4 jun 2024, 14h36 - Publicado em 6 mar 2020, 06h00

O governo federal tem milhares de cargos de livre provimento em áreas importantes da saúde, da educação, da Previdência. São postos que geram poder para seus ocupantes e muitos votos para seus padrinhos — entre outras coisas. Por isso são disputadíssimos pelos políticos, e o governo tradicionalmente os usa como instrumento de barganha, com deputados e senadores indicando seus afilhados. Em troca, eles aprovam os projetos de interesse do governo. Essa prática ficou conhecida como a política do “toma lá dá cá” e, nos últimos anos, também se transformou numa inesgotável fonte de escândalos. Na campanha, o presidente Bolsonaro prometeu acabar com ela. Na semana passada, uma reportagem de VEJA revelou que o ministro Luiz Eduardo Ramos tem em mãos uma lista de 13  000 cargos, com seus respectivos padrinhos, e pretende usá-la para pressionar os parlamentares infiéis. A notícia repercutiu mal. O líder do PSL no Senado, Major Olimpio, enviou um requerimento a Ramos solicitando que sejam revelados os nomes dos apaniguados e seus padrinhos. “Isso é preocupante e pode violar os princípios da administração pública”, disse o senador.

Desde julho do ano passado, Ramos ganhou a missão de cuidar da articulação política do governo. Amigo de longa data do presidente, o ministro fez um amplo levantamento para identificar os responsáveis pelas indicações para cargos estratégicos na administração pública. Durante as tensas negociações entre o Congresso e o Planalto nos últimos dias, ele foi criticado por não honrar acordos com os parlamentares. Ao se justificar, disse a um senador: “Sou apenas um soldado que cumpre ordens”. Um detalhe curioso: o general tem como conselheiro o ex-deputado comunista Aldo Rebelo, que foi ministro durante os governos de Lula e Dilma. Eles se aproximaram nos corredores do Congresso quando Ramos atuava como assessor parlamentar do Exército.

Em sua defesa, o governo não vê o listão de cargos como prova da resiliência do “toma lá dá cá”. Diz um assessor do presidente: “Esses cargos já estavam ocupados por indicação política desde os governos do PT”. E ressalta: “Estamos apenas fazendo uma checagem se os parlamentares responsáveis pela indicação querem continuar contribuindo com o atual governo”. Em outras palavras, o governo Bolsonaro não sucumbiu ao “toma lá”. Por enquanto, está apenas cobrando o “dá cá”.

Publicado em VEJA de 11 de março de 2020, edição nº 2677

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.