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A cobiça por uma vaga que não existe no Supremo Tribunal Federal

Movimentação para suceder o ministro Luís Roberto Barroso, que ainda tem quase uma década pela frente na Corte, seria estimulada pelo presidente Lula

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 nov 2024, 21h01 - Publicado em 16 nov 2024, 14h41

Por razões ainda não muito bem explicadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem alimentado junto a advogados e autoridades de Brasília a possibilidade de indicá-las para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) no próximo ano. O posto, inexistente, seria aberto, na versão do petista, com uma suposta aposentadoria precoce do atual chefe da Corte, Luís Roberto Barroso.

Não é a primeira vez que especulações sobre o futuro de Barroso circundam aspirantes a ministro do STF. Desta vez, os consultados já se colocaram a postos para o cargo caso a cadeira seja de fato disponível em breve. Sob reserva, um dos interlocutores que ouviu de Lula a informação sobre a aposentadoria iminente concluiu que o presidente usa da hipótese, verídica ou não, para “seduzir” seus convivas, mantendo-os sob a perspectiva de um dia poderem ser indicados à mais alta Corte do país.

Dos 11 ministros do tribunal, Lula indicou quatro (Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Cristiano Zanin e Flávio Dino), Dilma Rousseff nomeou outros três (Luiz Fux, Edson Fachin e o próprio Barroso), Michel Temer escolheu Alexandre de Moraes, e Fernando Henrique Cardoso, Gilmar Mendes. O ex-presidente Jair Bolsonaro tem dois de sua escolha na formação atual —  Kássio Nunes Marques e André Mendonça.

Até chegar à Presidência do STF, Barroso sempre negou rumores de que deixaria o cargo e atribuía as maledicências a candidatos que pretendiam se apresentar como pretendentes a sucedê-lo. Em entrevista a VEJA, porém, o magistrado admitiu que, de fato, pensou em abreviar sua carreira e deixar a corte assim que acabasse seu período na Presidência, em setembro de 2025.

O objetivo, disse Barroso na ocasião, era se dedicar à esposa Tereza Cristina Barroso, que se tratava de um câncer. Ela faleceu em janeiro de 2023. Pelas atuais regras, o ministro pode ficar no tribunal até março de 2033, quando completa 75 anos e será obrigado a se aposentar.

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