Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Super BlackFriday: Assine VEJA a partir de 7,99

A costura de Lula com Davi Alcolumbre e Rodrigo Pacheco antes da indicação de Messias

Escolha é dada como certa, mas presidente adia o anúncio até costurar apoios no Senado e resolver impasses regionais

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Marcela Rahal Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 out 2025, 16h15 - Publicado em 22 out 2025, 16h14

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tem seu escolhido para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF): o advogado-geral da União, Jorge Messias. A confirmação ainda não foi oficializada, mas é tratada como decisão tomada nos bastidores do Planalto e entre lideranças governistas.

Segundo o senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, Lula saiu do país com “convicção formada”. O anúncio, contudo, foi adiado até o retorno da viagem presidencial à Ásia.

“O presidente entende que não ficaria bem anunciar o nome e embarcar para a Malásia. Ele quer ajustar detalhes com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre”, disse Wagner em entrevista à CNN.

A peça central da costura política

De acordo com o editor José Benedito da Silva, em análise no programa Ponto de Vista, de VEJA, o atraso no anúncio tem menos a ver com formalidades e mais com negociações políticas delicadas.

“Lula precisa combinar com Alcolumbre. O senador é um dos articuladores mais influentes do Congresso e tem muito em jogo — desde cargos estratégicos no governo até interesses regionais no Amapá”, destacou Benedito.

Alcolumbre, que preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) — responsável por sabatinar e aprovar indicações ao STF —, defende abertamente o nome de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, para a vaga. Lula, porém, optou por Jorge Messias, considerado um nome de confiança pessoal e política, além de um “soldado fiel” do petismo.

Continua após a publicidade

“O Lula tem enorme confiança em Messias. Ele é militante histórico do PT, disciplinado e leal, com trânsito em vários setores — inclusive entre os evangélicos, algo importante para o governo”, afirmou o editor.

O jogo mineiro e a pacificação com Pacheco

Além de Alcolumbre, Rodrigo Pacheco é outro ponto sensível da costura. Lula tenta convencê-lo a disputar o governo de Minas Gerais em 2026 com apoio do Planalto, mas o presidente do Senado resiste à ideia.

A equação ficou mais complexa após a mudança partidária do vice-governador mineiro Mateus Simões, que deixou o partido Novo e se filiou ao PSD de Pacheco — movimento que fecha a porta para uma candidatura do próprio senador dentro da legenda.

“O Pacheco já estava pouco animado a disputar o governo de Minas, agora precisa procurar outro partido. Fala-se no MDB. E Lula tenta costurar esse caminho com a promessa de que, se reeleito, ele terá novas vagas no STF — uma delas pode ser a de Pacheco”, observou Benedito.

Continua após a publicidade

Evitar o “fogo amigo” e encerrar o desgaste

Lula também teria decidido adiar o anúncio de Jorge Messias para evitar deixá-lo “na linha de tiro” enquanto está fora do país. Uma nomeação feita às vésperas da viagem colocaria o futuro ministro sob pressão imediata de aliados e adversários, com debates e ataques tomando conta do noticiário.

“O Lula não quis deixar Messias exposto a um tiroteio enquanto estivesse do outro lado do mundo. Faz sentido. Ele vai resolver tudo na volta, de forma mais discreta”, avaliou o editor.

O presidente também quer diminuir o tempo de lobby interno dentro do governo e no Judiciário. Ao longo das últimas indicações, como as de Cristiano Zanin e Flávio Dino, o Planalto enfrentou semanas de pressão e disputas de bastidor entre grupos do PT, do centrão e até de ministros do Supremo.

“O Lula aprendeu com as indicações anteriores. Quer encerrar essa discussão rápido, antes que os lobbies cresçam. Quanto antes confirmar Messias, melhor para ele e para o governo”, disse Benedito.

Continua após a publicidade

Por que Messias é o nome ideal para Lula

A escolha de Jorge Messias, que ganhou notoriedade como “Bessias” — apelido derivado do episódio dos áudios da Lava Jato —, atende a três objetivos de Lula: reforçar a confiança pessoal no Supremo, fortalecer o núcleo jurídico-político do governo e equilibrar a imagem do presidente junto a grupos evangélicos.

Messias tem se aproximado de lideranças religiosas, inclusive do pastor Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus do Brás, uma das maiores denominações evangélicas do país. A aproximação é vista como um ativo político para um governo que busca reduzir resistências entre os fiéis.

“O Messias é a bola de segurança do Lula: leal, discreto, técnico e com trânsito em setores estratégicos. Ele é o nome mais previsível — e, por isso mesmo, o mais confortável para o presidente”, concluiu Benedito.

O anúncio oficial deve ocorrer logo após o retorno da comitiva presidencial da Ásia. Até lá, o Palácio do Planalto segue acertando os últimos detalhes da operação política, num jogo que envolve o Senado, o centrão e até ministros do próprio Supremo.

Se confirmado, Jorge Messias consolidará a terceira indicação de Lula para o STF em seu atual mandato — e a mais estratégica delas, em um momento de rearranjo delicado no equilíbrio interno da Corte.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

A notícia em tempo real na palma da sua mão!
Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 3,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
De: R$ 55,90/mês
A partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$47,88, equivalente a R$3,99/mês.