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A estratégia de Temer que envolve a disputa ao Planalto

O ex-presidente ainda aguarda um apelo para que represente o MDB nas eleições no lugar de Simone Tebet

Por Ricardo Chapola
Atualizado em 1 ago 2022, 16h43 - Publicado em 30 jul 2022, 19h26

Muito embora trate o assunto com bom humor no intuito de negar sua intenção de disputar as eleições presidenciais em 2022, o ex-presidente Michel Temer ainda é considerado no MDB um nome possível para concorrer ao Planalto. Pessoas próximas ao cacique confidenciaram que ele está aguardando ser procurado por outras lideranças partidárias, em um eventual apelo para que Temer assuma a vaga de candidato da legenda à Presidência. Atualmente, o posto é ocupado pela senadora Simone Tebet (MDB-MS).

Tebet foi oficializada candidata do MDB à Presidência na quarta-feira, 27, em meio a uma série de questionamentos em torno da viabilidade da candidatura da parlamentar. O nome dela não é unanimidade dentro do MDB. Algumas figuras importantes da sigla, como os ex-presidentes do Senado, Renan Calheiros e Eunício Oliveira, já sinalizaram que vão pular do barco. Eles defendem que o MDB apoie, já no primeiro turno, a candidatura do ex-presidente Lula, do PT. 

Na pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira, 28, Tebet apareceu com 2%, um ponto percentual a mais em relação ao último levantamento, um desempenho que tem despertado cada vez mais desconfiança de correligionários simbólicos do MDB, principalmente a poucos dias do início da campanha eleitoral, marcado para 15 de agosto. 

Na semana passada, um grupo de ex-ministros do governo Temer articulou um tuitaço para defender a candidatura do ex-presidente neste ano. Além disso, os amigos do emedebista também orquestraram o disparo de diversas mensagens em grupos de WhatsApp de militantes do partido. Temer vem consolidando nos últimos meses a imagem de conciliador, qualidade considerada por estrategistas do MDB como um trunfo diante de uma disputa tão polarizada como sugere a de 2022. Estariam por trás dessa mobilização os ex-deputados Carlos Marun (MDB-MS), Eliseu Padilha (MDB-RS) e Antonio Imbassahy (PSDB-BA).

Em nota, Marun negou a existência dessa mobilização e afirmou que, nas várias conversas que teve com Temer, o ex-presidente nunca tinha concordado com esse movimento. “É sabido que o considero o melhor presidente da história da República ‘por hora de mandato. Porém, nas várias conversas que tive com ele sobre o assunto, ele nunca concordou com que fizéssemos qualquer movimento concreto neste sentido”, escreveu o ex-parlamentar. “Hoje participo da campanha de Simone e luto para que possamos fazer com que sua candidatura, ganhe também corpo junto ao eleitorado brasileiro”, acrescentou.

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