Uma semana após visitar o Rio de Janeiro em campanha, Luiz Inácio Lula da Silva já prepara outra passagem pelo estado — e de olho no público evangélico, importante eleitorado de Jair Bolsonaro.
Com a indefinição sobre a “Carta aos Evangélicos” — documento em que deverá se posicionar em relação a pautas caras ao segmento e às fake news divulgadas pelos apoiadores de Bolsonaro, mas que ainda não foi finalizado –, a ideia é ampliar a presença em regiões estratégicas.
O petista negocia encontros na próxima quinta-feira, 20, com pastores e lideranças na zona oeste da capital e em São Gonçalo. Terceiro maior colégio eleitoral do país, o Rio de Janeiro tem sido alvo das investidas da campanha petista.
No início do mês, ele ganhou o apoio do prefeito da capital fluminense Eduardo Paes (PSD) — que afirmou trabalhar “incessantemente” pelo ex-presidente — e do prefeito de Belford Roxo, Waguinho (União Brasil), nome estratégico nas alianças políticas locais e na interlocução com o setor evangélico.
Considerados pela campanha como um “sucesso”, os atos de Lula em Belford Roxo — endossados por Waguinho — e no Complexo do Alemão, na última semana, motivaram o petista a voltar ao estado. Na ocasião, procurou combater as fake news de que um eventual novo governo petista fecharia igrejas.
Apenas na capital fluminense, Lula foi o mais votado em 33 zonas e, Bolsonaro, em 16. O atual presidente tem vantagem, por exemplo, na zona oeste — na região, que está prevista no roteiro desta semana, Paes tem forte influência apesar da votação de Bolsonaro.
Enquanto Lula tenta avançar sobre o eleitorado evangélico, pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira, 14, mostra que Bolsonaro tem crescido entre o público — o atual presidente passou de 62%, na última sondagem, para 65%, enquanto Lula se manteve com 31%.