A apenas quatro dias do primeiro turno, a quarta colocada na disputa à única vaga ao Senado no Rio Grande do Sul Comandante Nádia (Progressistas) tem recebido pressões cada vez mais evidentes para aderir a um movimento de voto útil em favor do atual vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos). Embora carregue a bandeira do bolsonarismo em um estado em que na última eleição o ex-capitão ganhou com mais de 63% dos votos, o general não conseguiu até agora engrenar a ponto de ser considerado uma ameaça ao líder Olívio Dutra (PT), que nos melhores cenários tem 30% das intenções de voto. É neste contexto que a vereadora Comandante Nádia está sendo pressionada a retirar a candidatura e endossar o nome do general.
Nesta quarta-feira, 28, Mourão e Nádia se encontraram reservadamente em Porto Alegre para acertar os ponteiros para que os dois marchem juntos em favor do vice-presidente. Pelo plano, Nádia seria um importante cabo eleitoral em torno de Mourão. O problema é que a vereadora ainda não disse sim.
A última pesquisa Ipec, apresentada na segunda, 26, mostra o ex-governador Olívio Dutra (PT) na liderança, seguido pela ex-senadora Ana Amélia Lemos (PP) com 24% e, na sequência, por Mourão, com 21%. Nádia, que em tese teria o apoio em massa de prefeitos e vereadores do Progressistas, não conseguiu sair dos 3%.
Uma das possíveis explicações é o fato de Ana Amélia, ex-candidata a vice-presidente, ter construído carreira política junto ao mesmo público, cabalando parte dos votos que poderiam migrar para a progressista. A legenda possui 147 prefeitos e mais de 1.274 vereadores no Rio Grande do Sul, o que a caracteriza como a sigla com mais representatividade nos municípios do estado.