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A pensão milionária de ‘Manoel’, ex-mulher de Cabral

Delatores admitiram que pagaram até contas de cartão de crédito de Susana, no valor de R$ 50 mil, além de despesas como IPVA, conta de luz, gás e escola

Por Da redação
Atualizado em 27 jan 2017, 14h33 - Publicado em 27 jan 2017, 09h34

Ao avançar sobre o esquema de corrupção do grupo do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), atualmente detido no presídio Bangu 8, a força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro chegou até a ex-mulher do peemedebista, Susana Neves, alvo de um mandado de condução coercitiva na manhã da última quinta-feira na Operação Eficiência.

A atual mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, está presa preventivamente, acusada de utilizar seu escritório de advocacia para lavar dinheiro da propina destinada ao peemedebista. Susana é mãe do deputado federal Marco Antonio Cabral (PMDB-RJ).

Os procuradores identificaram que parte da propina recebida pelo grupo era destinada a ela também, inclusive para pagar contas da família. Seu nome já havia aparecido na Operação Calicute, quando foi encontrado o codinome “Susi” nas planilhas de pagamentos dos operadores de Cabral, que somavam 883.000 reais entre 2014 e 2016.

Agora, com as delações premiadas de dois operadores do mercado financeiro, os irmãos Marcelo e Renato Chaber, o Ministério Público Federal (MPF) aponta que “os valores distribuídos à Susana Cabral eram de maior monta” e que também eram utilizadas as expressões “manoel”, “manuel” ou até “motorista-manuel” para se referir aos repasses em dinheiro em espécie para ela buscados pelo motorista Manoel, da família.

Pensão

Os delatores entregaram uma planilha detalhando os pagamentos a ela e admitiram que pagaram até contas de cartão de crédito de Susana, no valor de 50.000 reais, além de outras despesas como IPVA, conta de luz, gás e escola. Os repasses dos delatores para a ex-mulher de Cabral entre 2014 e 2015 somam 274.000 reais.

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Diante disso, o MPF pediu e o juiz Marcelo Bretas autorizou a condução coercitiva de Susana para descobrirem o nível de conhecimento que ela tinha da organização criminosa.

O advogado Sérgio Riera, defensor da ex-mulher de Sérgio Cabral, afirmou que ela não sabia a origem dos valores a ela repassados. “Para ela eram valores lícitos, era uma espécie de pensão. Não havia nada judicializado com relação a isso.”

(Estadão Conteúdo)

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