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A química Lula-Trump desandou? O motivo do desânimo sobre o tarifaço nos bastidores

Avanço nas negociações comerciais com os Estados Unidos fica em compasso de espera

Por Marcela Rahal Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 nov 2025, 13h37 - Publicado em 5 nov 2025, 13h36

A diplomacia brasileira vive um momento de espera tensa. A tentativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de reconstruir pontes com os Estados Unidos, após o tarifaço imposto pelo governo Trump a produtos brasileiros, parece ter parado no meio do caminho. O encontro presencial entre os dois líderes, tratado como um marco de reaproximação, ainda não rendeu os frutos esperados. As conversas, que deveriam avançar rapidamente rumo a um novo acordo comercial, esfriaram — e, por enquanto, o telefone não tocou.

“O Brasil nunca foi uma grande prioridade para os Estados Unidos. Nós tratamos esse tema como urgente, mas, em Washington, ele é periférico”, analisou o editor José Benedito da Silva, no programa Ponto de Vista, da VEJA.

Segundo ele, o adiamento da reunião entre os ministros Mauro Vieira, Fernando Haddad e Geraldo Alckmin com os representantes do governo americano é um sinal claro de que a Casa Branca tem outras urgências. Entre elas, as tensões na América Latina, os desafios na Ásia e na Europa e o aumento da pressão interna sobre Donald Trump, que enfrenta uma nova queda de popularidade e a ressaca das eleições de Nova York.

A promessa que não avança

Em entrevista a veículos estrangeiros, Lula fez questão de enfatizar que saiu confiante do encontro com Trump. Disse ter entregue “por escrito” um documento pedindo o fim de sanções e a redução total das tarifas sobre exportações brasileiras.

“Eu disse ao presidente Trump que era importante que os negociadores começassem a conversar logo. Se até o fim da COP não tiver reunião, eu mesmo ligo para ele”, afirmou Lula.

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A fala, porém, revelou mais ansiedade do que reciprocidade diplomática. Em nota oficial, o representante comercial americano afirmou apenas que “o formato de um possível acordo com o Brasil está em análise” e que o processo “pode levar semanas ou meses”.

Para Benedito, trata-se de um banho de realidade. “O Brasil precisa entender que os Estados Unidos têm uma escala de prioridades muito própria. A relação comercial é importante, mas não urgente. O governo americano não tem o mesmo senso de pressa que o Planalto”, avaliou.

O contexto global e a distração da América Latina

Enquanto o Planalto tenta reativar as tratativas, Trump tem se concentrado em temas mais sensíveis à política americana: a disputa com a China, a tensão no Oriente Médio e as ações militares contra o narcotráfico na América Latina.

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Segundo Benedito, qualquer nova conversa entre Lula e Trump inevitavelmente abordará a crise na Venezuela — tema incômodo para o governo brasileiro, que tentou se posicionar como mediador, mas acabou isolado.

“Se Lula ligar, é provável que Trump queira discutir a Venezuela. E não sei se o presidente brasileiro está disposto a se aprofundar nesse assunto agora”, observou o analista.

O cenário, portanto, é de distância calculada. O discurso de cordialidade e de “relações entre as duas maiores democracias do Ocidente” serve, por ora, para conter danos e preservar a imagem de diálogo, ainda que o conteúdo das negociações continue no limbo.

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A volta ao tema interno: o Rio e a crise da segurança

Na mesma entrevista, Lula voltou a falar sobre o tema que domina o debate doméstico: a megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos. O presidente confirmou que pediu à Polícia Federal e ao Ministério Público que acompanhem as investigações sobre o episódio.

“A decisão do juiz era uma ordem de prisão, não de matança. É importante verificar em que condições ela se deu. Até agora, temos só a versão do governo do estado”, disse.

Entre o desconforto diplomático e o desafio doméstico, Lula tenta equilibrar frentes: reconstruir pontes com Washington, conter as tensões com o Supremo e reagir à ascensão de adversários que exploram a crise da violência.

Por enquanto, a prioridade é manter o telefone aberto — mesmo que do outro lado, por ora, ninguém atenda.

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