O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), voltou a defender nesta segunda-feira a realização de prévias para a escolha do candidato tucano nas eleições presidenciais do ano que vem e descartou deixar a sigla para participar da corrida pelo Palácio do Planalto, caso não receba a indicação de seu partido.
“Sou a sétima assinatura na fundação do PSDB. Não mudei de partido, eu fundei um partido. Nós criamos um partido novo para fazer a diferença”, respondeu Alckmin ao ser questionado se poderia sair da sigla para disputar o pleito.
O governador reiterou o interesse em lançar candidatura à Presidência da República no ano que vem e chegou a citar, durante o EXAME Fórum, quais seriam suas prioridades no cargo.
Em entrevista dada a jornalistas após sua participação no evento, Alckmin defendeu que quando o partido tem mais de um candidato, as prévias partidárias representam a “maneira democrática” de escolher quem vai concorrer. “Esse é o bom caminho, mas não é agora, isso é mais para frente, no devido tempo.”
O governador também foi questionado sobre as declarações do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), de que o povo é que deve definir quem será candidato tucano. Cotado para disputar a Presidência em 2018, Doria rechaçou participar de prévias contra Alckmin e não descartou a possibilidade de trocar de partido para disputar o cargo. “Não vejo nenhum problema [nas declarações]. O João é uma pessoa muito querida e vamos trabalhar juntos”, disse o governador.
Sobre a possibilidade de enfrentar o prefeito de São Paulo em outro partido, Alckmin disse não acreditar em uma saída de Doria do PSDB. “Não posso falar por outra pessoa, mas acho que o João não sai do PSDB. Ele foi eleito pelo PSDB, tem compromisso com o PSDB”, disse o governador. “É apenas uma crença pessoal”, acrescentou.
Portas abertas
O prefeito tucano, no entanto, admitiu pela primeira vez a possibilidade de deixar a legenda. Quando questionado sobre migrar para outro partido, Doria respondeu de forma subjetiva, dizendo que “a política traz novos ares, tempestades e fatos que não estão dentro do seu prognóstico”, dando margens às chances de disputar a corrida presidencial de 2018 em outra sigla.
Doria reafirmou o que já foi dito inúmeras vezes por ele e seu padrinho político: não há intenção de criador e criatura serem adversários na escolha de um novo presidente.
Em um momento em que partidos como DEM e PMDB abrem as portas para o lançamento da candidatura de Doria, Alckmin aproveitou ainda para destacar a importância de alianças dos tucanos com outras siglas. “Com quem a gente faz alianças? Com partidos que não tenham candidatos no primeiro turno e tenham proximidade programática”, explicou.
(Com Estadão Conteúdo)