Alckmin espera ‘esforço ao centro’ para reduzir número de candidatos
Com no máximo 8% das intenções de voto pelo Datafolha, tucano entende que pesquisas eleitorais não retratam a realidade da disputa no momento
Variando entre 6% e 8% das intenções de voto na corrida pela Presidência da República, conforme a mais recente pesquisa Datafolha, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) declarou nesta segunda feira que a sondagem eleitoral ainda não ilustra a realidade da disputa e que espera um “esforço mais ao centro” para reduzir o número de candidaturas no páreo.
“A primeira tarefa é chegar ao segundo turno, crescer mais alguns pontinhos. Está muito fragmentado, contei 22 candidatos, a população fica até confusa. Tem que reduzir um pouco, estamos ainda no começo, mas em maio, junho, é preciso um esforço mais ao centro para afunilar”, declarou Alckmin após reunião com conselheiros da FecomercioSP, na sede da instituição, na capital paulista.
Além do tucano, também são pré-candidatos ao Palácio do Planalto por partidos de centro o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), o senador Álvaro Dias (Podemos) e o empresário Flávio Rocha (PRB), entre outros.
Nesta segunda-feira, o ex-prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) deu declarações no sentido de que Alckmin mantenha diálogo com Dias e Rocha, com vistas a possíveis alianças eleitorais.
Na reunião na FecomercioSP, Alckmin ressaltou a importância da construção de apoios à soma de tempo de propaganda partidária na TV, que, para ele, terá grande influência em uma campanha mais curta, de 45 dias. “Queira ou não, a TV vai ter peso grande, estamos construindo com cinco partidos, vamos tentar chegar a sete”, declarou, sem citar quais legendas seriam essas.
Na semana passada, o ministro Gilberto Kassab (PSD) não fechou questão sobre o apoio do partido a Alckmin, mas destacou que “a ampla maioria” do PSD prefere aderir ao tucano.
A despeito do fraco desempenho no Datafolha, Geraldo Alckmin diz mirar os eleitores ainda sem candidato definido, “uma avenida para crescer”. “Nós temos de 6% a 8% de intenção de voto e a campanha nem começou. Temos 28% de quem poderia votar, uma avenida para poder crescer e passar de dois dígitos. Você não tem ainda os instrumentos da campanha, meios de comunicação para passar a mensagem a todo país, isso vai levar tempo”, afirmou.
Quanto à histórica dificuldade eleitoral de presidenciáveis tucanos no Nordeste, o pré-candidato do PSDB ponderou que o quadro para 2018 “é diferente” porque “o PT não é mais aquela unanimidade” na região. Ele ressaltou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder das pesquisas de intenção de voto e preso em Curitiba pela Operação Lava Jato, não será candidato ao Planalto.
Questionado durante a reunião sobre como será sua relação com a fragmentação partidária do Congresso caso eleito, Alckmin disse entender que, diante da campanha mais curta e das fontes de financiamento mais escassas, não deve haver grande renovação entre os ocupantes de cadeiras na Câmara e no Senado. “Não vai melhorar, vai mudar pouco e vai continuar fragmentado. O novo vai ter dificuldade até para ficar conhecido”, declarou o tucano.
Ele destacou, contudo, que a legitimidade das urnas que será dada ao novo presidente permitiria o encaminhamento de reformas ao Congresso logo no primeiro ano de mandato. “Difícil é fazer no último ano”, completou Alckmin, antes de elogiar o presidente Michel Temer (MDB) pela aprovação da reforma trabalhista em 2017