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Aldemir Bendine tem R$ 3,4 milhões bloqueados

Juiz Sergio Moro havia determinado o bloqueio de até R$ 3 mi de Bendine e de supostos intermediários de propina da Odebrecht

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 18h03 - Publicado em 31 jul 2017, 14h30
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  • Preso na última quinta-feira na Operação Cobra, 42ª fase da Lava Jato, o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine teve 3.417.270,55 reais bloqueados em três contas bancárias. O bloqueio foi determinado pelo juiz federal Sergio Moro, que estipulou em até 3 milhões de reais o valor a ser confiscado, montante que corresponde à suposta propina paga pela empreiteira Odebrecht a Bendine, conforme a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

    Na conta de Aldemir Bendine no Banco do Brasil, que ele presidiu entre 2009 e 2015, o Banco Central informou a Moro que foram bloqueados 3 milhões de reais. Também foram retidos 417.253,09 reais no Bradesco e 17,46 reais na Caixa Econômica Federal. Como o valor confiscado ultrapassou o limite estipulado no caso de Bendine, a defesa dele pode requerer a restituição do excedente e o juiz decidirá sobre a devolução.

    Supostos operadores do pagamento ilícito a Aldemir Bendine e presos na Operação Cobra, os irmãos Antônio Carlos e André Gustavo Vieira da Silva também tiveram recursos bloqueados, assim como a empresa MP Marketing, Planejamento Institucional e Sistema de Informação Ltda., da qual são sócios. Nos três casos, o valor máximo a ser bloqueado também era de 3 milhões de reais.

    Investigado pela Lava Jato como responsável por receber o dinheiro sujo do departamento de propinas da Odebrecht em três parcelas de 1 milhão de reais, em 2015, Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior teve 18.836 reais bloqueados pelo Banco Central. Desse valor, 17.467,58 reais estão em uma conta no Banco do Brasil e 919,23 reais, no Banco Safra.

    Já seu irmão, o publicitário André Gustavo Vieira da Silva, teve 637.285,53 reais confiscados, divididos entre 631.210,15 reais no Banco Original e 6.075,38 reais no Banco de Brasília. Segundo as investigações do MPF, André Gustavo declarou à Receita Federal e pagou impostos sobre os 3 milhões de reais recebidos pela Odebrecht, justificados como “consultoria” da MP Marketing à Odebrecht Ambiental.

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    A empresa, que supostamente recebeu o valor milionário da empreiteira, teve bloqueados apenas 36,41 reais. Os investigadores apontam “fortes evidências” de que a MP marketing seja um negócio de fachada, entre as quais o fato de que, apesar do faturamento alto e das atividades que alega exercer, a firma não tinha, entre 2006 e 2016, nenhum funcionário registrado na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho.

    Acusado por delatores

    Em seus acordos de delação premiada firmados com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o empreiteiro Marcelo Odebrecht e o ex-executivo da Odebrecht Ambiental Fernando Reis informaram terem sido cobrados por Aldemir Bendine e emissários dele em dois momentos.

    No primeiro, quando Bendine estava à frente do Banco do Brasil, André Gustavo Vieira da Silva teria procurado a empresa e pedido 17 milhões de reais em troca do prolongamento de um empréstimo da Odebrecht Ambiental no banco estatal. Segundo as colaborações, esse primeiro valor não foi pago.

    Já em 2015, quando o executivo estava prestes a ser nomeado pela então presidente Dilma Rousseff (PT) para o comando da Petrobras, Vieira da Silva teria voltado a fazer contato. Dessa vez, a solicitação foi de 3 milhões de reais e, conforme os delatores, foi cumprida. A contrapartida, dizem Odebrecht e Reis, era uma espécie de proteção à construtora dentro da petroleira em meio à Operação Lava Jato.

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