Enquanto o presidente Michel Temer (PMDB) se esforça para mostrar aos parlamentares ter condições políticas para permanecer à frente da Presidência da República, os próprios partidos da base de sustentação do governo se preparam para um possível cenário sem o presidente, seja por renúncia ou cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, a avaliação é que, se os grupos que dão apoio ao atual governo não apresentarem uma alternativa, crescerá o movimento pelas “diretas já”, com uma possível candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na terça-feira, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), retirou da pauta de votação a proposta de emenda à Constituição (PEC) 227. Apresentada pelo parlamentar Miro Teixeira (Rede-RJ), a proposta reduz o prazo em que é possível fazer a sucessão por eleições indiretas.
Com isso, os partidos passam a discutir inclusive nomes que possam assumir o cargo. Maior partido da base aliada, o PSDB ventila dois nomes: segundo o Estado, o consenso seria o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB); de acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o presidente interino da legenda, senador Tasso Jereissati (CE).
É consenso de que uma peça-chave será o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD). Com as reformas econômicas, Meirelles se cacifou para permanecer no cargo em um possível nome governo – ou, então, ser ele mesmo o próximo presidente da República. Entre os deputados, surge ainda uma opção: que o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara e substituto interino de Temer em caso de renúncia ou cassação, seja efetivado no cargo – contra a possibilidade, o fato dele ser investigado no âmbito da Operação Lava Jato.
Sempre lembrado em crises políticas por transitar entre diversos grupos políticos, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ex-deputado federal e ex-ministro da Justiça e da Defesa Nelson Jobim (PMDB) é outro falado para a sucessão. Apesar dele ter sido ministro durante os governos dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff (PT), não deve ter o apoio do PT, segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha – no entanto, o partido decidiu não vetá-lo.