Fortalecido nas eleições municipais deste ano, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), terá como próximo desafio definir o seu futuro político. Ele é apontado como o nome preferencial do centro e da direita para ingressar na disputa pela Presidência da República em 2026, caso a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro seja mantida.
Alvo de frequentes questionamentos sobre qual rumo irá tomar, Tarcísio evita se colocar como presidenciável. A pessoas próximas, afirma ainda ser muito jovem e ter tempo político para dar um passo neste sentido. Além disso, ele pondera que dificilmente entrará numa disputa contra Lula, o principal líder da esquerda, arriscando sua provável reeleição na gestão paulista.
O posicionamento também embute um cuidado extra para não contrariar Bolsonaro, a quem jura fidelidade e garante que seus próximos passos serão definidos em comum acordo.
Enquanto foge do assunto, aliados de Tarcísio que já consideram o ex-presidente fora do jogo esperam que o governador sinalize, com uma certa antecedência, se arriscará uma disputa ao Planalto.
A ideia é que, se topar, Tarcísio dê essa indicação aos caciques do Centrão até junho do ano que vem. Dessa maneira, o grupo começa a unificar um campo político em torno da candidatura e a trabalhar o nome dele de forma nacional.
No Congresso, importantes caciques afirmam serem procurados por figurões do PIB em busca de convencê-los a abraçar a candidatura de Tarcísio. A ideia do prazo-limite para o posicionamento do governador também passa pela necessidade de se ter tempo para trabalhar um nome alternativo para concorrer no campo oposicionista.
Como mostra reportagem de VEJA desta edição, além de Tarcísio, outros dois governadores foram bem sucedidos nas eleições municipais deste ano e ganham força como um nome para 2026. Com a candidatura à Presidência já anunciada, Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, alcançou 212 aliados nas 246 cidades do estado, incluindo a capital. No Paraná, Ratinho Junior (PSD) fez 257 dos 399 municípios e também já admite avaliar o ingresso na disputa presidencial.