O pré-candidato do Podemos à Presidência da República, senador Álvaro Dias (PR), disse nesta terça-feira que a crise fiscal brasileira pode paralisar a administração pública federal no ano que vem. Na avaliação dele, as eleições deste ano são as “mais importantes desde a redemocratização”.
O próximo pleito, diz, terá a missão de evitar a “reedição da tragédia que estamos vivendo” e a manutenção da “fábrica de escândalos” em que se transformou Brasília. Com outros dez presidenciáveis, Dias participou da 73ª Reunião Geral da Frente Nacional dos Prefeitos, realizada em Niterói, no Grande Rio.
“A corrupção e a incompetência fez o país mergulhar num oceano de dificuldades. O grande desafio é vencer a descrença. O governo, na sua incompetência de gestão, produziu déficit público recorde, 800 bilhões de reais sem correção”, afirmou Dias.
Ele criticou desonerações feitas pelo governo federal, por considerá-las “caridade com chapéu alheio”. Defendeu a “refundação da República e do pacto federativo” e o fim de privilégios “no andar de cima”, referindo-se ao governo federal. A uma plateia de prefeitos, lembrou que há um “discurso municipalista no Congresso”, nem sempre posto em prática.
“É uma boa cobrança em ano eleitoral, que se assumam compromissos com o municipalismo, mas o do voto, não o do discurso. Há uma descabida distribuição de recursos públicos. Falar em refundação da República é falar da refundação do federalismo brasileiro. Temos que atualizar nossa legislação, sobretudo em matéria tributária. Arrecadamos muito, cobramos demais, aplicamos mal, desperdiçamos os recursos.”
A reunião de prefeitos é o primeiro evento com múltiplos candidatos nesta fase de pré-campanha eleitoral. Os presidenciáveis falam separadamente, depois de assistirem a um vídeo onde são mencionadas propostas discutidas pelos prefeitos nos últimos dias.
Os primeiros foram Rodrigo Maia (DEM), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Afif Domingos (PSD), Manuela D’Ávila (PCdoB) e Marina Silva (Rede). Também falarão Aldo Rebelo (SD), Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Paulo Rabello (PSC).
Ausências
Foram convidados os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas ou que são de partidos com pelo menos cinco parlamentares.
O deputado Jair Bolsonaro (PSL) não compareceu e não justificou a ausência. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso, pediu para enviar um representante, mas a FNP não concordou. Lula enviou uma carta à entidade, que ainda será divulgada à imprensa.