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Antes da demissão, Alvim colocou o cargo à disposição do governo

Atitude foi reação à polêmica causada por menção ao nazismo em pronunciamento oficial

Por Mariana Zylberkan
Atualizado em 17 jan 2020, 13h12 - Publicado em 17 jan 2020, 13h12
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  • Pouco antes de ter sua demissão anunciada, o secretário de Cultura, Roberto Alvim, colocou seu cargo à disposição do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ), após polêmica envolvendo frases de inspiração nazista usadas em pronunciamento oficial para divulgar a criação do Prêmio Nacional das Artes.

    Segundo postagem do secretário em uma rede social, a iniciativa foi tomada “para proteger” o presidente. No texto, Alvim declarou que as frases usadas no pronunciamento não faziam menção ao nazismo e que não sabia da origem da referência usada já que o texto foi “escrito a partir de várias ideias ligadas à arte nacionalista”.

    Diante da polêmica, Bolsonaro decidiu exonerar o secretário nesta sexta-feira (17). Uma liderança do Congresso já havia avaliado a situação de Alvim como “Insustentável” diante da reação indignada de uma série de integrantes do Congresso, como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que ligou pessoalmente para Bolsonaro para exigir a demissão de Alvim. 

    Além do texto, no pronunciamento, foram usadas muitas referências à estética criada pelo nazista Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Adolf Hitler, como a trilha sonora: a ópera Lohengrin, do compositor favorito de Hitler, o alemão Richard Wagner.

    “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo, ou então não será nada”, disse o secretário de Cultura.

    Ele parafraseou uma fala de Goebbels registrada no livro Joseph Goebbels: Uma biografia, do historiador alemão Peter Longerich: “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”. A declaração foi feita em 1933 por meio de uma carta em que o nazista sugeria “novas direções” ao teatro.

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