Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Antes mesmo de começar, CPI da Braskem tem ofensiva para conter danos

Senadores articulam debandada para esvaziar os trabalhos e nome alternativo para barrar Renan Calheiros na relatoria

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 Maio 2024, 16h04 - Publicado em 28 jan 2024, 16h59

Já no apagar das luzes de 2023, o Senado instalou a CPI da Braskem, destinada a apurar a responsabilidade da mineradora no acidente ambiental em Maceió (AL) que levou ao afundamento de áreas urbanas e afetou 200 mil pessoas.

Na ocasião, em uma sessão a toque de caixa, apenas foram definidos o presidente, senador Omar Aziz (PSD-AM), e o vice, senador Jorge Kajuru (PSB-GO). Os trabalhos de fato ficaram para fevereiro, quando termina o recesso do Congresso.

Logo na retomada, o primeiro nó a ser desatado é a indicação do relator, escolha que cabe ao presidente Omar Aziz. O autor do requerimento de criação do colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL), não esconde de ninguém a intenção de assumir o posto, o que reeditaria a dobradinha entre os dois senadores feita na CPI da Pandemia.

Lula entra em campo

Um dia antes da instalação da CPI, o presidente Lula tentou interceder e pediu parcimônia nos trabalhos – invocando um pleito feito pelo seu “amigo Emílio Odebrecht”, herdeiro da empreiteira que, após a Lava-Jato, foi rebatizada de Novonor, que é acionista majoritária da Braskem.

Sem sucesso no esforço de evitar os trabalhos, um das soluções para diminuir a fervura é encontrar uma alternativa a Renan Calheiros na relatoria. Nos bastidores, fala-se que o senador petista Rogério Carvalho (PT-SE) aglutinou o apoio de diversos partidos e deve assumir a função.

Continua após a publicidade

A VEJA, ele confirmou a articulação, mas afirma que a definição, feita por Omar Aziz, somente será conhecida em fevereiro. Segundo o petista, a CPI não estará restrita ao interesse de Alagoas. “Precisamos aproveitar a oportunidade da CPI para abrir um debate sobre como a mineração acontece no Brasil e quais mudanças são necessárias para que ela seja menos agressiva e mais limpa. Não é para ser uma caça às bruxas”, disse Rogério Carvalho.

Por que Renan Calheiros quer a relatoria?

Calheiros trabalha nos bastidores para conseguir a relatoria porque o cargo, entre outras prerrogativas, é responsável por direcionar as investigações e pedir indiciamentos de autoridades. Interlocutores do parlamentar dizem que a contrariedade dele com o acordo feito entre a Braskem e a prefeitura de Maceió envolve o fato de o estado de Alagoas, governado por um aliado seu, não ter sido ressarcido pelo desastre ambiental. Por trás da avaliação do senador está o fato de o prefeito da capital, João Henrique Caldas, ligado ao presidente da Câmara Arthur Lira, poder movimentar os valores do acordo – 1,7 bilhão de reais – em pleno ano eleitoral. JHC concorre à reeleição, e o grupo de Calheiros não tem um nome natural para a disputa.

Para medir o interesse da população de Maceió no desabamento provocado pela exploração de sal-gema, o senador encomendou uma pesquisa para consumo interno. Entre as principais conclusões do levantamento, segundo pessoas próximas a Calheiros, está a constatação de que a maioria da população conhece o acordo feito entre a prefeitura e a petroquímica e reprovaria os termos combinados. Com esses dados em mente, interlocutores do senador não descartam que seja possível construir um acordo para que todas as armas sejam recolhidas. Os termos: o eventual compromisso da Braskem de indenizar também os cofres do estado de Alagoas poderia enterrar a CPI antes mesmo do seu efetivo funcionamento.

Continua após a publicidade

Contenção de danos

A CPI da Braskem é formada por onze titulares, em sua maioria governistas ou independentes, e tem previsão de durar pelo menos até maio. Apenas uma sessão foi realizada e a expectativa é de retomada no início dos trabalhos legislativos.

Enquanto isso, articulações traçam diversos rumos para a CPI, um instrumento com desfecho sempre imprevisível. Nos bastidores, há um esforço para que sejam trocados os membros ou até que uma debandada promova o esvaziamento do colegiado – aliados de Lira dizem ter certeza de que as investigações não vão adiante.

“Vou participar a distancia dessa comissão, não tenho interesse. Só entrei porque ninguém da bancada queria participar”, disse a VEJA um dos membros da CPI.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.