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Ao abrir mão de caso Queiroz, promotor cita encontro com Flavio Bolsonaro

Cláudio Calo afirma que conversa, em novembro de 2018, foi intermediada por amigos em comum e girou em torno de segurança e combate à corrupção

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 fev 2019, 21h16
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  • Ao se declarar suspeito para conduzir o procedimento de investigação criminal que apura o caso Queiroz, o promotor do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) Cláudio Calo citou como um dos motivos um encontro que teve com o senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) em novembro de 2018. O MPRJ investiga movimentações financeiras suspeitas do ex-motorista Fabrício Queiroz, que trabalhava no gabinete de Flavio, apontadas em um relatório do Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf).

    Na peça enviada ao MP fluminense, Calo afirma que “apesar de não ser amigo ou inimigo de nenhuma pessoa mencionada nos autos, entende ser impertinente presidir esta investigação” em função do encontro.

    Segundo relata o promotor, após a eleição, “antes mesmo da diplomação, antes mesmo da posse e antes mesmo dos fatos ora investigados serem publicados pela mídia, precisamente no dia 30 de novembro de 2018, uma sexta-feira, por volta das 11:00 horas”, dois amigos que ele tem em comum com Flavio, que estudaram Direito com o senador, intermediaram a conversa entre ambos. O diálogo se deu, diz Calo, “a fim de tratar exclusivamente de questões relacionadas com a Segurança Pública, precisamente com o combate à corrupção e o combate à lavagem de capitais, assim como projetos de leis relacionados com crimes contra Administração Pública e lavagem de capitais”.

    O promotor afirma ter sugerido a Flavio medidas como aumento de penas mínimas de crimes de causam prejuízos aos cofres públicos e dificultar a progressão de regime de cumprimento de pena nestes casos. “O contato, repise-se, ocorreu antes mesmo da divulgação pela mídia dos fatos ora investigados”, ressalta.

    Cláudio Calo também cita na peça que segue Flavio Bolsonaro no Twitter, assim como “vários professores, jornalistas, governadores e parlamentares de diversos Partidos Políticos, de variadas ideologias”. Ele não menciona, no entanto, os tuítes em que relativizou os 48 depósitos em dinheiro vivo na conta de Flavio e as postagens do senador e do irmão dele, o vereador carioca Carlos Bolsonaro, retuitadas por ele.

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    “Desta forma, a fim de que não paire qualquer dúvida no tocante à lisura, impessoalidade e isenção nas investigações, não é recomendável que este Promotor de Justiça atue neste caso específico, até porque as regras de suspeição e impedimento existem justamente para evitar que haja qualquer desconfiança com relação à atuação do membro do MP ou da magistratura”, conclui Calo.

    Como o site de VEJA revelou na tarde desta terça-feira, 5, a investigação que envolve o filho do presidente da República deverá ser conduzida pelo promotor Luís Otávio Lopes.

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