Apesar de recurso, PT descarta presença de Lula em velório de irmão
Saída da superintendência da Polícia Federal em Curitiba foi negada pela Justiça; Gleisi Hoffman explicou que não é possível adiar sepultamento
O Partido dos Trabalhadores descartou a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no velório e enterro de seu irmão mais velho Genival Inácio da Silva, conhecido como Vavá, vítima de um câncer. O sepultamento está marcado para as 13h no cemitério Pauliceia, em São Bernardo do Campo.
A Polícia Federal e a Justiça negaram o pedido de Lula para acompanhar a cerimônia. Seu advogado, Cristiano Zanin Martins apresentou recursos ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal, mas ainda não houve decisão.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou não haver tempo de Lula chegar a tempo do sepultamento e que não será possível adiá-lo. “O corpo precisa ser enterrado”, disse a senadora, que acompanha o velório ao lado de outros petistas.
Alegando problemas logísticos, como falta de aeronaves, a superintendência da PF em Curitiba, onde Lula está preso, negou o pedido apresentado pelo ex-presidente. Segundo Gleisi, o PT ofereceu o transporte e agentes de segurança. No início da madrugada, a juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, também negou a saída temporária de Lula. Por fim, por volta das 5h, o desembargador Leandro Paulsen, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, manteve a decisão da magistrada de primeira instância.
A Lei de Execuções Penais prevê que os condenados poderão obter permissão para sair do estabelecimento onde estão presos, sob escolta, em razão de “falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão”. O pedido deve ser encaminhado ao diretor do estabelecimento onde se encontra preso.
O ex-presidente cumpre pena de 12 anos e um mês pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP), no âmbito da Operação Lava Jato. Em 1980, durante o regime militar, Lula estava preso no Departamento de Ordem Política e Social (Dops), por causa de seu envolvimento nas greves dos metalúrgicos, e foi autorizado para comparecer ao enterro da mãe, Eurídice Ferreira de Mello, a dona Lindu.