Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Super BlackFriday: Assine VEJA a partir de 7,99

As lições do julgamento da trama golpista segundo seus próprios ministros

Para além do que querem ver mudado nas leis, magistrados também fazem mea-culpa e admitem ter minimizado o 'risco Bolsonaro'

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 14 set 2025, 10h49

Embora o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha sido submetido a um longo teste de estresse durante a pandemia, quando Jair Bolsonaro acusou falsamente a Corte de impedir o funcionamento da economia, nenhum período no histórico recente de embates entre o ex-presidente e o Judiciário se compara ao julgamento da trama golpista, finalizado na quinta-feira, 11, e que levou à condenação do antigo mandatário a mais de 27 anos de cadeia e de outras sete autoridades que tramaram, avalizaram ou insuflaram por uma virada de mesa na democracia.

Com o julgamento finalizado, o presidente do STF Luís Roberto Barroso disse que o desfecho do caso encerra “ciclos do atraso na história brasileira, marcados pelo golpismo e pela quebra da legalidade constitucional”, mas diferentes ministros projetam que haverá também um segundo capítulo, desta vez a ser travado dentro do Congresso Nacional.

Mesmo que os interesses mais prementes dos parlamentares estejam em dar vazão a uma eventual anistia e levar adiante a chamada PEC da Blindagem, que protege congressistas de decisões judiciais a eles desfavoráveis, juízes da Suprema Corte estão dispostos a pressionar pelo que consideram “reformas atrasadas” no campo militar, como a existência de uma lei que impeça que integrantes das Forças Armadas possam disputar eleições antes de irem em definitivo para a reserva.

Também está no radar do STF a alteração da redação do controverso artigo 142, que de forma equivocada é interpretado pela caserna como pretenso aval para que militares atuem como “poder moderador” e sejam acionados em casos de crise aguda no país. O 142, conforme relatos de integrantes da Corte a VEJA, chegou a ser debatido pelo general Villas Boas, então comandante do Exército, com juízes do Supremo. O militar queria saber se a interpretação intervencionista, dada, entre outros, pelo constitucionalista Ives Gandra, teria guarida no tribunal. A resposta, por óbvio, foi negativa.

Os dois temas – militares fora da política e artigo 142 – enfrentam, porém, uma dificuldade específica de serem levados adiante. Além do receio de melindrar a caserna no momento em que a situação mais turbulenta da época de Bolsonaro acaba de ser concluída, a proximidade do ano eleitoral de 2026 dificulta que propostas legislativas mais sensíveis sejam apreciadas no Congresso. Tanto deputados e senadores quanto o próprio presidente Lula devem voltar os olhos no ano que vem para as eleições em que buscarão a reeleição e a formação de maiores bases parlamentares.

Para além do que querem ver mudado nas leis do país, os magistrados também fazem uma espécie de mea-culpa e admitem ter minimizado o risco de uma parcela do estamento militar, representada por Bolsonaro, ter voltado ao poder, em 2018 dentro das regras de eleições democráticas. Eles avaliam, porém, que setores do Centrão, a quem o ex-presidente se aliou em busca de governabilidade, podem ter tido um papel maior para evitar que o país descarrilasse de vez rumo à ruptura. A avaliação foi compartilhada pelo cientista político americano Steven Levitsky, que recentemente visitou Lula e o STF. “Podemos ter várias divergências com o Centrão, mas ele não compactuou com o golpe”, resumiu, sob anonimato, um ministro.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

A notícia em tempo real na palma da sua mão!
Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 3,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
De: R$ 55,90/mês
A partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$47,88, equivalente a R$3,99/mês.