Jair Bolsonaro, em uma entrevista à Jovem Pan ontem, deixou clara sua insatisfação com o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Só não o demitiu ainda, de acordo com suas próprias palavras, porque o país está “no meio da guerra”. Se não quer arcar com o ônus de afastar Mandetta no meio da crise do coronavírus, o presidente parece decidido a constrangê-lo, quem sabe forçando um pedido de demissão. Está circulando na internet um vídeo com denúncias que sugerem a existência de uma teia de interesses escusos dentro do Ministério da Saúde envolvendo o desenvolvimento de um software para a implantação do programa de telemedicina. As suspeitas foram reunidas e distribuídas por assessores do presidente da República.
Sem nenhuma prova, o vídeo sugere que a cúpula do Ministério da Saúde está envolvida num esquema de corrupção para beneficiar grandes hospitais e desenvolvedores de tecnologia para a implementação do E-SUS, a versão digital do Sistema Único de Saúde. Além de Mandetta, o ministro Onyx Lorenzoni também é citado. O material foi postado no site da jornalista Regina Villela, que, em 2018 concorreu pelo PSL ao cargo de deputada federal.
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Clique e AssineVEJA apurou é que as ilações contra o ministro e seus indicados são de conhecimento do presidente desde o ano passado e que o seu desejo era demitir Mandetta antes da pandemia do coronavírus. Em entrevista à rádio Jovem Pan nesta quinta-feira, 2, o presidente afirmou que as escolhas para os cargos do ministério couberam a Mandetta e que nenhum ministro seu é “indemissível” – cinco deles já deixaram o governo. O que ele não disse é que todos os demitidos passaram antes por um processo de fritura nas suas redes bolsonaristas. O do Mandetta começou.