A ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) das eleições de 2018, possibilidade que cresceu após sua condenação pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), faria disparar o número de eleitores que não sabem em quem votar ou tendem a não apoiar nenhum candidato, votando nulo ou em branco. Na pesquisa Datafolha divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta quarta-feira, o índice, que oscila entre 15% e 22% nos cenários com Lula, chega a 36% dos eleitores caso o ex-presidente não dispute.
O percentual inclui os 32% que apontaram a opção “em branco/nulo/nenhum” e os 4% que disseram não saber em quem votar. O resultado é verificado em um cenário que exclui, além do petista, a ex-senadora Marina Silva (Rede) e os dois principais possíveis outsiders na corrida presidencial, o apresentador Luciano Huck e o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa.
Nessa simulação, o segundo turno seria disputado entre o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), com 20%, e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 13%. Somadas as intenções de voto em ambos no primeiro turno, no entanto, o número ainda seria menor que o referente àqueles que não têm preferência por nenhum candidato.
Segundo o Datafolha, o índice de brancos e nulos mais alto registrado em pesquisas até então havia sido de 19% dos eleitores, em março de 2014, no cenário após as manifestações de 2013 e a desistência de Marina de disputar a Presidência naquele ano.
Dessa forma, mesmo com Lula na disputa, os números seriam altos, o que indicaria rejeição alta da opinião pública aos nomes postos. No caso do ex-presidente, a pesquisa demonstrou que a maior parte (35%) de seus potenciais eleitores está no grupo que não tem um “plano B” ao petista, o que explicaria o aumento dos eleitores sem candidato nos cenários em que Lula não aparece.
Outro aspecto curioso é a preferência desse eleitorado pelos nomes de Marina (15%), Ciro Gomes (14%), Bolsonaro (7%) e até o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB, 6%), em detrimento de um dos prováveis substitutos do ex-presidente, o ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT, 4%).