A jornalista Fernanda de Salles Andrade, que assina um texto no site bolsonarista Terça Livre em que distorce afirmação da repórter Constança Rezende, do jornal O Estado de S.Paulo, trabalha na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (Almg), em cargo relacionado ao PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo a Almg, Fernanda é assessora lotada no gabinete do deputado estadual Bruno Engler (PSL), trabalha seis horas por dia e recebe do poder público uma remuneração de 6.543,79 reais por mês.
Em seu perfil oficial no Facebook, Salles não informa sua posição no gabinete de Engler. Ela relaciona como sua única ocupação o emprego no site Terça Livre. Ao jornal O Estado de S. Paulo a jornalista diz que escreveu esse e outros textos para o veículo fora do seu horário de trabalho e que a atuação para o site bolsonarista não tem relação com o fato de trabalhar para o deputado do PSL.
Neste domingo 10, o Terça Livre publicou a nota, cujas informações são atribuídas a um francês identificado como Jawad Rhalib, acusando Constança de ter interesse no impeachament do presidente e atuar na cobertura do “Caso Coaf” com a intenção de “arruinar” Jair Bolsonaro e o filho dele, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
As acusações foram reproduzidas na conta oficial do presidente da República no Twitter, acompanhadas de um áudio que supostamente as corroboraria. No entanto, as acusações não se sustentam nos trechos divulgados. Em nenhum momento dos áudios, a jornalista diz que há intenção de provocar o impeachment de Bolsonaro ou de prejudicar seu filho Flávio.