Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) optou pelo silêncio, políticos e autoridades de diferentes ideologias e partidos, da direita à esquerda, saudaram a vitória do democrata Joe Biden à presidência dos Estados Unidos. No Brasil, os primeiros a se manifestarem foram o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, e o governador de São Paulo, João Doria. Outras celebridades do mundo político, como os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro também se manifestaram — a maioria deles tratou a eleição de Biden como um triunfo da democracia.
Maia disse que Biden “restaura os valores da democracia verdadeiramente liberal, que preza pelos direitos humanos, individuais e das minorias”. Barroso, por sua vez, afirmou que a “democracia significa eleições limpas, alternância no poder e respeito aos resultados. E, também, civilidade”. Já João Doria disse, por meio de sua rede social, que Biden é “bom para os EUA e bom para o Brasil”, além de manifestar interesse em ampliar os laços comerciais entre o governo paulista e o americano. Em uma carta aberta, ele convidou o democrata a visitar São Paulo.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por meio de nota divulgada pela Fundação FHC, afirmou: “Vivemos nestes últimos dias um momento decisivo para a democracia. Por isso abrimos uma exceção à regra de não nos manifestarmos sobre política partidária e eleitoral. É simbólico que a decisão do povo americano tenha sido sacramentada com os votos da cidade de Filadélfia, capital da Pensilvânia”.
Já Temer chamou Biden de “amigo” ao enviar congratulações. Quando era vice-presidente no governo de Dilma Rousseff, Biden era vice do presidente Barack Obama e responsável pela diplomacia na América Latina. “Recordo com alegria os encontros que mantivemos, em particular a visita que você me fez na ONU, quando assumi a Presidência da República. Desejo-lhe votos de muito êxito”, escreveu nas redes sociais.
Lula disse que o “mundo respira aliviado com a vitória de Biden” e que o momento representa uma derrota do “trumpismo e tudo o que ele representa, de rejeição de valores humanos, ódio, abandono da vida e agressões contra nossa querida América Latina”.
Em meio às manifestações das autoridades brasileiras, chamou a atenção o silêncio de Bolsonaro que decidiu ainda não emitir nenhum comentário sobre a eleição norte-americana. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o vice-presidente Hamilton Mourão também não se posicionaram. O presidente adotou postura semelhante em resposta à eleição de Alberto Fernandez na Argentina.