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Bancada do DEM apoia Mandetta; líder do governo ameniza entrevista

Líder demista na Câmara exalta 'convicções técnicas, baseadas na ciência', enquanto oposição também elogia ministro para atacar Bolsonaro

Por Redação
Atualizado em 13 abr 2020, 12h55 - Publicado em 13 abr 2020, 11h48

A entrevista na qual o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, mandou recados críticos ao presidente Jair Bolsonaro sobre a postura do chefe do Executivo no combate ao coronavírus foi bem recebida por aliados de Mandetta e vista como uma importante tomada de posição.

Na entrevista ao Fantástico, da TV Globo, neste domingo, 12, o ministro da Saúde disse que o brasileiro “não sabe se escuta o ministro da Saúde, se escuta o presidente, quem é que ele escuta”. Mandetta ressaltou ainda que o período mais crítico da Covid-19 no país ocorrerá entre os meses de maio e junho – Bolsonaro havia dito que “parece que está começando a ir embora essa questão do vírus”.

A posição do ministro de apoiar o isolamento social mais amplo contraria a do presidente, que cogitou demitir o auxiliar na semana passada, mas foi demovido por ministros palacianos. Questionado nesta segunda-feira, 13, sobre a entrevista, Jair Bolsonaro respondeu: “Não assisto à Globo”.

“Ele foi equilibrado e sereno, marcou bem sua posição e soube transmitir sua mensagem, foi uma boa iniciativa. Ele voltou a afirmar suas convicções técnicas, baseadas na ciência, ao mesmo tempo em que o presidente fez aglomeração, apertou a mão das pessoas. Esperamos que ele continue no cargo, isso é uma boa notícia ao Brasil. Ele tem conquistado respeito e confiança da família brasileira”, disse a VEJA o líder do DEM na Câmara, deputado Efraim Filho (PB). A bancada do partido também elogiou as declarações de Mandetta, que é ex-deputado.

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Segundo Efraim, o fato de o ministro da Saúde ter concedido a entrevista no Palácio das Esmeraldas, sede do governo de Goiás, comandado por Ronaldo Caiado (DEM), que rompeu recentemente com Bolsonaro, deve-se à ida de Mandetta ao estado no sábado 11. Na ocasião, ele, Bolsonaro e Caiado visitaram a obra de um hospital de campanha em Águas Lindas de Goiás. “Já estava programado que ele permaneceria lá”, diz o líder.

Membro de outro partido do chamado “Centrão” do Congresso, o deputado Marcelo Ramos (PL-AM) escreveu no Twitter esperar que Bolsonaro tenha assistido à entrevista e “assuma a responsabilidade de ser o líder do enfrentamento ao único inimigo que importa no momento que é o COVID-19”. “O presidente não pode continuar estimulando a desobediência as orientações do Ministério da Saúde”, escreveu Ramos.

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Entre os aliados do presidente, o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), contemporiza as declarações do ministro da Saúde e ressalta a declaração de Mandetta sobre estar no cargo por escolha do presidente. “Se eu estou ministro da Saúde, eu estou ministro da Saúde por obra de nomeação do presidente”, afirmou o ministro.

“Prestei mais atenção na fala em que ele disse que está lá por conta da nomeação do presidente Bolsonaro e que espera uma sintonia nas providências de combate. Ele é ministro, tem a confiança do presidente, estamos preocupados com as condições concretas com as quais ele tem combatido a doença, o momento não é falar de política. Eles falam todo dia. A qualquer dúvida, ele deixa claro que está lá por deliberação do presidente”, disse Gomes a VEJA.

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Integrante da tropa de choque bolsonarista no Congresso, contudo, o deputado Filipe Barros (PSL-PR) externou no Twitter a avaliação compartilhada por outros aliados de primeira ordem do presidente, a de que Luiz Henrique Mandetta está tentando “forçar” sua demissão.

Já parlamentares da oposição, como o líder da minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o vice-líder da oposição Orlando Silva (PCdoB-SP) e o senador Humberto Costa (PT-PE), demonstraram no Twitter apoio às declarações de Mandetta e criticaram a postura do presidente:

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