O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na manhã desta quarta-feira, 1º, que o projeto que cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência Digital na Internet, conhecido como PL das fake news, “não vai vingar”. Se o texto for aprovado na Câmara dos Deputados, Bolsonaro cogita vetá-lo.
“Acho que na Câmara vai ser difícil aprovar. Agora, se for [aprovado], cabe a nós a possibilidade de veto, tá ok? Acho que não vai vingar esse projeto, não”, disse Bolsonaro a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
O PL das fake news, de relatoria do senador Ângelo Coronel (PSD-BA), foi aprovado pelo Senado na noite desta terça-feira 31, com 44 votos favoráveis, 32 contra e duas abstenções. A matéria enfrentou resistência durante toda a sua tramitação, foi criticada por parlamentares, plataformas de redes sociais e entidades da sociedade civil, mas teve como principal fiador o presidente da Casa, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).
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Clique e AssineBolsonaro afirmou também que conversou, nesta terça-feira, com um senador que votou favorável ao texto. Segundo o presidente, o parlamentar disse que se equivocou ao apoiar a matéria e acredita que isso também possa ter ocorrido com outros senadores. “Foi aprovado o projeto ontem, uma diferença pequena de votos. Eu falei com um senador que votou favorável, ele falou que como era virtual ele se equivocou, assim deve ter acontecido com outros”, declarou.
A aprovação do projeto de lei também representa uma derrota para o governo. O líder no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), afirmou que a liberdade do cidadão está sendo “tolhida” e orientou contra a aprovação da matéria. O parecer de Bezerra foi seguido por aliados do presidente, entre eles o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Como mostrou o Radar, a reação dos bolsonaristas à aprovação do texto foi imediata. Parlamentares e apoiadores do presidente listam, em seus perfis nas redes sociais, quem votou a favor, culpam em especial o Democratas, partido dos presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, e pedem as saídas dos ministros Onyx Lorenzoni (Cidadania) e Tereza Cristina (Agricultura) do governo.