Em entrevista à RecordTV nesta segunda-feira, 29, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) pregou “igualdade” entre os brasileiros e afirmou que minorias não podem ter “superpoderes”. O discurso ecoa afirmações dadas por ele na semana passada, antes da votação do segundo turno, de que um governo seu vai acabar com o “coitadismo” de negros, homossexuais, mulheres e nordestinos.
“Eu queria saber, que me definissem, o que é minoria, quais direitos de tais minorias. Nós somos iguais, não tem diferença minha para você, não interessa cor de pele, opção sexual, região que você nasceu, gênero, somos iguais, como está no artigo 5º da Constituição. Não podemos pegar certas minorias e achar que tem superpoderes e são diferentes dos demais. Se conseguirmos igualdade para todo mundo, todos se sentirão satisfeitos”, declarou.
Depois de falar à Record, o presidente eleito deu uma entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, em que foi questionado sobre episódios recentes de agressões a homossexuais. Ele defendeu o agravamento de punições aos agressores. “A agressão contra um semelhante tem que ser punida na forma da lei e se for por um motivo como esse tem que ter a sua pena agravada”.
À emissora do bispo Edir Macedo, Jair Bolsonaro repetiu o discurso de campanha de que pretende configurar como “terrorismo” as atividades do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Bolsonaro ataca jornal
Na entrevista ao Jornal Nacional, Bolsonaro também fez ataques ao jornal Folha de S. Paulo, que publicou reportagens sobre uma funcionária do gabinete do deputado que trabalha em uma loja de açaí na região de Angra dos Reis (RJ) no horário de expediente e a respeito de empresários bolsonaristas que supostamente pagaram até 12 milhões de reais por disparos em massa de conteúdos contra o PT no WhatsApp.
O presidente eleito falou abertamente que veículos de imprensa que se “comportarem” como o jornal não receberão verbas de propaganda federal em seu governo.
“Ações como essa por parte de uma imprensa que mesmo a gente mostrando a injustiça que cometeu com uma senhora [a funcionária] ao não voltar atrás, não posso considerar essa imprensa digna. Não quero que ela acabe, mas no que depender de mim, na propaganda oficial do governo, imprensa que se comportar assim, mentindo descaradamente, não terá apoio do governo federal”. “Quase todas fake news que se voltaram contra mim partiram da Folha de S. Paulo”, acusou.