Bolsonaro decide transferir parte da embaixada em Israel para Jerusalém
Presidente brasileiro confessa que solução salomônica partiu do general Augusto Heleno
Por Julia Braun, de Jerusalém
Atualizado em 31 mar 2019, 17h00 - Publicado em 31 mar 2019, 12h17
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o presidente Jair Bolsonaro: `casamento` e "acordos do coração' (Alan Santos/PR)
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1/35 Bolsonaro leva coroa de flores como homenagem ao Museu do Holocausto, em Jerusalem - 02/04/2019 (Ronen Zvulun/Reuters)
2/35 Jair Bolsonaro participa de encontro com residentes em Jerusalém, Israel - 02/04/2019 (Julia Braun/VEJA.com)
3/35 Jair Bolsonaro planta uma muda de árvore no Bosque das Nações - 02/04/2019 (Julia Braun/VEJA.com)
4/35 Jair Bolsonaro planta uma muda de árvore no Bosque das Nações - 02/04/2019 (Julia Braun/VEJA.com)
5/35 Bolsonaro observa a chama eterna em homenagem aos milhões de judeus mortos durante a Segunda Guerra, no Salão da Memória do Centro de Memória do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém - 02/04/2019 (Ronen Zvulun/Reuters)
6/35 Bolsonaro visita o Museu do Holocausto, em Jerusalem - 02/04/2019 (Ronen Zvulun/Reuters)
7/35 Jair Bolsonaro assina o livro de visitas do Museu do Holocausto, em Israel - 02/04/2019 (Julia Braun/VEJA.com)
8/35 O presidente Jair Bolsonaro fala em um evento com empresários israelenses e brasileiros, com a presença do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, em Jerusalém - 02/04/2019 (Ronen Zvulun/Reuters)
9/35 O presidente Jair Bolsonaro fala em um evento com empresários israelenses e brasileiros, com a presença do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, em Jerusalém - 02/04/2019 (Ronen Zvulun/Reuters)
10/35 Jair Bolsonaro e Benjamin Netanyahu durante visita a exposição de produtos de empresas de inovação em Jerusalém, Israel (Alan Santos/PR)
11/35 Presidente Jair Bolsonaro usa arma em viagem a Israel (Reprodução/Instagram)
12/35 O presidente Jair Bolsonaro é acompanhado pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, durante visita a uma sinagoga dentro dos túneis do Muro das Lamentações, na Cidade Velha de Jerusalém - 01/04/2019 (Menahem Kahana/Pool/Reuters)
13/35 Presidente visita Muro das Lamentações em Israel na companhia do primeiro Ministro Benjamin Netanyahu (Julia Braun/VEJA.com)
14/35 Presidente Jair Bolsonaro visita Muro das Lamentações em Israel na companhia do primeiro Ministro Benjamin Netanyahu (Julia Braun/VEJA.com)
15/35 Presidente Jair Bolsonaro visita Muro das Lamentações em Israel na companhia do primeiro Ministro Benjamin Netanyahu (Julia Braun/VEJA.com)
16/35 O presidente Jair Bolsonaro visita a Igreja do Santo Sepulcro na Cidade Velha de Jerusalém - 01/04/2019 (Ammar Awad/Reuters)
17/35 Jair Bolsonaro reza com as mãos no Muro das Lamentações, na Cidade Velha de Jerusalém - 01/04/2019 (Menahem Kahana/Pool/AFP)
18/35 O presidente Jair Bolsonaro toca o Muro das Lamentações junto com o primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu - 01/04/2019 (Menahem Kahana/Pool/AFP)
19/35 O presidente Jair Bolsonaro visita o Muro das Lamentações ao lado do primeiro Ministro de Israel Benjamin Netanyahu (Julian Braun/VEJA.com)
20/35 O presidente Jair Bolsonaro é cercado por guardas de segurança e soldados enquanto chega para visitar a Igreja do Santo Sepulcro na Cidade Velha de Jerusalém - 01/04/2019 (Ammar Awad/Reuters)
21/35 O presidente Jair Bolsonaro fala durante uma cerimônia de condecoração dos militares israelenses que ajudaram no resgate de vítimas do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG) - 01/04/2019 (Alan Santos/PR)
22/35 Presidente, Jair Bolsonaro, durante cerimônia de condecoração da Brigada de Busca e Salvamento do Comando da Frente Interna de Israel com a Insígnia da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul em Tel Aviv, Israel - 01/04/2019 (Alan Santos/PR)
23/35 Coletiva de imprensa na residência oficial do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em Jerusalém - 31/03/2019 (Debbie Hill/Pool/Reuters)
24/35 Jair Bolsonaro participa de coletiva de imprensa na residência oficial do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em Jerusalém - 31/03/2019 (Julia Braun/VEJA.com)
25/35 Benjamin Netanyahu e Jair Bolsonaro apertam as mãos após anunciarem um escritório brasileiro em Jerusalém - 31/03/2019 (Heidi Levine/Pool/Reuters)
26/35 Jair Bolsonaro e Benjamin Netanyahu assistem à assinatura de acordos bilaterais no escritório de Netanyahu em Jerusalém - 31/03/2019 (Heidi Levine/Pool/AFP)
27/35 A comitiva do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, segura guarda-chuvas enquanto caminham com o presidente brasileiro Jair Bolsonaro durante uma cerimônia de boas-vindas em sua chegada à Israel - 31/03/2019 (Ronen Zvulun/Reuters)
28/35 Benjamin Netanyahu e Jair Bolsonaro conversam depois da Cerimônia Oficial de chegada do presidente brasileiro à Israel - 31/03/2019 (Alan Santos/PR)
29/35 O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ouve discurso do presidente Jair Bolsonaro: fortalecimento de relações bilaterais - 31/03/2019 (Alan Santos/PR)
30/35 Presidente Jair Bolsonaro ao lado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, durante Cerimônia Oficial de chegada à Israel - 31/03/2019 (Alan Santos/PR)
31/35 Jair Bolsonaro discursa durante a cerimônia oficial de chegada no Aeroporto Internacional Ben Gurion de Tel Aviv, em Israel - 31/03/2019 (Jack Guez/AFP)
32/35 Jair Bolsonaro e Benjamin Netanyahu em cerimônia oficial de chegada no aeroporto Ben Gurion em Tel Aviv (Julia Braun/VEJA)
33/35 Presidente Jair Bolsonaro cumprimenta o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, durante Cerimônia Oficial de chegada à Israel - 31/03/2019 (Alan Santos/PR)
34/35 O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, recebe o presidente Jair Bolsonaro em Tel Aviv - 31/03/2019 (Alan Santos/PR)
35/35 Presidente Jair Bolsonaro ao lado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, durante Cerimônia Oficial de chegada à Israel - 31/03/2019 (Jack Guez/AFP)
O governo de Jair Bolsonarodecidiu estabelecer um escritório em Jerusalém para a promoção do comércio, investimento, tecnologia e inovação. Trata-se de uma parte já existente na embaixada brasileira em Tel Aviv, que permanecerá oficialmente nesta cidade. Com a medida, anunciada neste domingo em Israel, o presidente da República dribla a reação dentro de seu próprio gabinete e dos países árabes a sua proposta original de mudar toda a representação brasileira, que significaria o reconhecimento do Brasil da soberania de Israel sobre Jerusalém.
A parcela mais substancial da embaixada, dedicada ao relacionamento político entre os dois Estados, permanecerá em Tel Aviv. Até a sexta-feira 29, o Palácio do Planalto mencionava a criação apenas do escritório de comércio em Jerusalém. O anúncio de uma estrutura mais encorpada foi feito nesta tarde durante declaração à imprensa do presidente Bolsonaro e do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em sua residência oficial.
Netanyahu não deixou transparecer desapontamento com o recuo do Brasil em transferir toda a sua embaixada para Jerusalém. Afirmou que esse é o “primeiro passo” para a mudança integral. Bolsonaro atribuiu a solução salomônica ao general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança institucional.
O Brasil relembrou que Jerusalém tem sido parte inseparável da identidade do povo judeu por mais de três milênios e se tornou o coração político do moderno e pujante Estado de Israel. Nesse espírito, e 72 anos depois de participar do primeiro capítulo da recriação do Estado de Israel, o país decidiu estabelecer um escritório em Jerusalém para a promoção do comércio, investimento, tecnologia e inovação.
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Em pronunciamento à imprensa, o porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros, negou que a medida seja um reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel. Afirmou, no entanto, que o presidente “continua avaliando essa possibilidade”.
O porta-voz afirmou ainda que o novo escritório em Jerusalém não terá status diplomático e será conduzido por “pessoas não ligadas à carreira diplomática”. O general também insistiu que não se trata de uma transferência do escritório já existente em Tel Aviv para a cidade santa, mas da abertura de um novo organismo.
O texto da declaração conjunta do encontro entre Netanyahu e Bolsonaro diz que o Brasil relembra ser Israel “inseparável da identidade do povo judeu por mais de três milênios e se tornou o coração político do moderno e pujante Estado de Israel”. Não há menção à minoria árabe cidadã de Israel. “Nesse espírito, e 72 anos depois de participar do primeiro capítulo da recriação do Estado de Israel, o Brasil decidiu estabelecer um escritório em Jerusalém para a promoção do comércio, investimento, tecnologia e inovação.”
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Casamento
Netanyahu e Bolsonaro assinaram sete acordos de cooperação nas áreas de segurança pública e defesa, de cibersegurança, de serviços aéreos, de saúde e de ciência e tecnologia. Sobre este último, o mais incensado, trata-se de uma atualização de acordo de 1962, para permitir a realização de pesquisas científicas conjuntas e o fornecimento e troca de equipamentos. “Isso é só o começo”, advertiu o israelense, para quem esses acertos são “do coração”.
Bolsonaro já o havia chamado de “irmão”. Ambos mencionaram Deus algumas vezes, e o israelense chegou a “abençoar” o brasileiro. Mas Bolsonaro foi além: qualificou o encontro com um “casamento” e novamente declarou seu amor, em hebraico, a Israel.
“Este nosso casamento no dia de hoje trará muitos benefícios aos nossos povos. Estou muito feliz. Peço a Deus que continue nos iluminando para que continuemos tomando boas decisões”, afirmou. “Eu amo Israel.”
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O presidente ressaltou sua avaliação de que houve momentos de “um pouco de frieza e afastamento” no diálogo bilateral e que, agora, ambos os lados decidiram “esquentar e aproximar essas relações entre os países”. “O Brasil deu uma guinada, a questão ideológica deixou de existir em nosso governo”, disse o presidente brasileiro. “Buscamos ampliar os nossos negócios no mundo todo.”
Em uma tentativa de elogiar Israel, Bolsonaro afirmou ser o território desse país “menor do que o menor estado brasileiro, Sergipe”. “Mas nos orgulhamos de ver a grandiosidade da nação israelense”, completou.
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