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Bolsonaro diz que dará indulto a policiais do Carandiru e Carajás

Presidente disse que quer incluir "nomes surpreendentes" de agentes que foram condenados por "pressão da mídia"

Por Da Redação Atualizado em 4 jun 2024, 15h53 - Publicado em 31 ago 2019, 17h38

O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse neste sábado, 31, que concederá um indulto a policiais envolvidos nos casos de Eldorado dos Carajás, no massacre de Carandiru e no sequestro do ônibus 174 no Rio de Janeiro. “Os que se enquadrarem no indulto, eu vou dar. Estou pedindo a policiais de todos os estados uma lista de nomes, com justificativas”, afirmou.

Questionado se daria indulto também aos comandantes ou apenas ao comandados de operações em que policiais militares foram condenados por sua atuação, ele disse que, se puder, perdoará também os líderes. “Se o comandante do Carandiru (coronel Ubiratan Guimarães) estivesse vivo, eu dava indulto pra ele também”, completou.

Na sexta-feira, 30, Bolsonaro já havia dito que estava planejando conceder a medida para policiais. Ele tinha declaro que iria incluir “nomes surpreendentes” e que muitos policiais, civis e militares, foram condenados por “pressão da mídia”.

Os três casos citados por ele nesse sábado tiveram ampla repercussão na imprensa. No episódio do ônibus 174, o sequestrador, depois de capturado, foi colocado em um carro da polícia, mas chegou morto ao hospital. As investigações mostraram que ele foi asfixiado por PMs. O massacre de Eldorado do Carajás ocorreu em abril de 1996, quando sem-terras marchavam em direção a Belém em um protesto contra a demora da desapropriação de terras. Houve conflito e PMs revidaram com tiros. Além dos 19 mortos, o combate deixou mais de 60 feridos. Já o massacre de Carandiru foi uma chacina ocorrida em um presídio em São Paulo, em 1992, e deixou mais de cem mortos.

Rixa com Doria

O presidente também disse hoje que um de seus potenciais adversários na corrida eleitoral em 2022, o atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB), não teria chance de derrotá-lo nas urnas. “Dória está morto”. Na conversa, Bolsonaro afirmou que o tucano tem “enchido o seu saco”, e, por isso, tem respondido à altura, mas que não o vê como uma ameaça para uma eventual reeleição.  Ele ainda disse que Dória era “peixe” do PT e que começou a dizer que sua “bandeira não era vermelha” somente depois da entrada da ex-presidente Dilma Rousseff.

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O presidente, no entanto, demonstrou preocupação com os efeitos que a situação dramática do Orçamento pode ter sobre suas chances de reeleição. Segundo Bolsonaro, o arrocho orçamentário pode “comprometer 2022”. Ele disse, entretanto, não estar preocupado com isso. “Não pode ficar obcecado. É igual quando o rapaz está atrás da menina, se ficar obcecado ela não dá bola, é só esnobar que ela vem atrás.”

Bolsonaro participou de um churrasco no quartel-general do Exército, em Brasília. Pouco depois de entrar, ele mandou os seguranças convidarem um grupo de jornalistas e motoristas da imprensa que o esperavam na porta para participar do evento. Ele conversou por cerca de uma hora e meia com os jornalistas.

Em uma agenda no Morumbi, em São Paulo, Doria rebateu as declarações de Bolsonaro. Para ele, “não é hora de eleição, é hora de gestão”. “Nós temos um país com quase 13 milhões de pessoas desempregadas, então, acredito que a melhor opção para o presidente Jair Bolsonaro é cuidar do país, de reduzir a miséria, a pobreza, aumentar a empregabilidade, cuidar da nossa economia. E tenho certeza de que ele fará isso”, declarou.

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Questionado se houve uma ruptura no campo político entre os dois, o governador de São Paulo negou. “Não há ruptura nem no campo político, nem no plano institucional. Nós nunca tivemos aliança com o governo Bolsonaro”, afirmou.

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