O presidente Jair Bolsonaro afirmou que “há uma grande chance” de anunciar, nesta terça-feira, 3, “quase vinte” vetos à lei de abuso de autoridade aprovada pelo Congresso. O prazo para sanção do projeto se encerra na quinta-feira 5.
“O (ministro da Justiça e Segurança Pública) Sergio Moro propôs, se não me engano, dez vetos. Nove eu já acolhi e um, estou discutindo. Tem mais vetos ainda. Deve chegar a quase vinte, esta que é a ideia”, disse Bolsonaro nesta terça, na saída do Palácio da Alvorada. “Quase 20, por aí, senão vão falar depois que eu recuei”, acrescentou. O presidente não adiantou quais trechos serão vetados, mas ressaltou que “tem artigo que precisa ser mantido porque é bom”.
Na quarta-feira 28, a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), disse que Bolsonaro está “entre a cruz e a espada” sobre quais trechos do projeto vetar. O texto aprovado na Câmara dos Deputados tem, no total, 44 artigos. “Ao final (da reunião), o presidente disse: ‘Estou entre a cruz e a espada. Se eu vetar tudo, crio um problema com parte do Congresso e obviamente a população vai aplaudir. Se eu não vetar nada, crio um problema com a população.’ Ele está ponderando muito”, relatou Joice.
A reunião da última semana serviu para que a liderança do governo entregasse um pedido para que Bolsonaro vete dez trechos do projeto sobre abuso de autoridade. O documento também foi assinado por entidades de policiais, delegados, juízes e procuradores.
Na quinta-feira 22, Moro recebeu um grupo de senadores que assinou um manifesto pedindo a Bolsonaro veto integral à matéria aprovada pelo Congresso. Entre os presentes estava o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP), que afirmou a VEJA, na ocasião, que o texto era “muito ruim”.
(Com Estadão Conteúdo)