O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disse na tarde desta terça-feira (6) que tem mais quatro nomes “adiantados” para compor sua equipe ministerial, que terá entre 15 e 17 pastas. Bolsonaro afirmou ainda que pretende anunciar todos os ministros até o dia 12 de dezembro, quando realizará uma cirurgia para reverter a colostomia no hospital Albert Einstein, em São Paulo.
“Vou ficar uma semana no hospital e, daí, já começa o Natal e o Ano Novo. Não podemos esperar para decidir (a montagem da equipe) aos 45 minutos do segundo tempo”, declarou o pesselista em entrevista em Brasília, onde cumpre agenda de transição. Para o presidente eleito, é importante que os ministros nomeados tenham um “tempo de adaptação”.
Até o momento, foram confirmados na Esplanada dos Ministérios do governo Bolsonaro quatro nomes: Paulo Guedes (Economia), o general Augusto Heleno (Defesa ou Gabinete de Segurança Institucional), Sergio Moro (Justiça) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).
Bolsonaro revelou que as negociações mais avançadas são com os futuros ministros da Agricultura, Meio Ambiente, Relações Exteriores e Infraestrutura. Questionado sobre manter Agricultura e Meio Ambiente separados, ao contrário do que havia prometido em campanha, ele disse que tem levado em conta um “pedido da sociedade”. “Não é sinal de fraqueza (recuar), é sinal de engrandecimento”, acrescentou.
Durante a entrevista, Jair Bolsonaro afirmou que o general Augusto Heleno, nomeado para assumir o Ministério da Defesa, pode assumir o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). “No que depender de mim, ele virá para o GSI. A Defesa está aberta e, se ele achar que é melhor, tudo bem”, disse.
O presidente declarou também que, caso Heleno migre para o GSI, não pretende nomear um civil para a pasta da Defesa. “A ideia é nomear pessoas que entendam do assunto nas respectivas pastas”, anunciou Bolsonaro, que pode optar por um oficial da Marinha para o posto. “É para dizer que vamos dar espaço para todas as Forças”, salientou.
Ministério da Família
Na entrevista, Jair Bolsonaro afastou a possibilidade de criação do Ministério da Família, que uniria as pastas de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. “Acho que não (haverá a criação dessa pasta). Ministérios são 15, no máximo 17”, disse.
Bolsonaro, contudo, reafirmou a importância da família em seu governo. “A questão da família é importante, fez parte do nosso projeto e tem que ser preservada. Para mim, família é aquilo que está prevista no artigo 226, parágrafo 3º da Constituição”, declarou. Segundo o parágrafo 3º da Carta, “para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”.
Em relação à fusão ou extinção de alguns ministérios, o presidente eleito admitiu, sem dar detalhes, que é “prudente” manter algumas pastas com esse status. O pesselista disse, ainda, que “é possível” nomear o senador Magno Malta (PR-ES), cotado para a assumir o eventual Ministério da Família e derrotado em sua tentativa de reeleição, como um de seus ministros.