Bolsonaro reitera corte em patrocínios culturais da Petrobras
Presidente condena ataque terrorista no Sri Lanka e retorna a Brasília sem fazer menções à Páscoa e ao aniversário da capital
O presidente Jair Bolsonaro reiterou neste domingo, 21, a ordem de seu governo para a Petrobras rever os seus contratos de patrocínio ao setor cultural e justificou que a medida tem o objetivo de “saber o que fazem com bilhões de reais da população brasileira”. Em nota no Twitter, Bolsonaro indicou haver dúvidas de que os beneficiados são realmente dessa área.
Lançado em 2003, o Programa Petrobras Cultural patrocina projetos de música, artes cênicas e audiovisual. De acordo com a empresa, mais de 4.000 ações já receberam ajuda do programa. A seleção dos projetos se dá por chamadas públicas e por escolha direta. A última chamada aberta pela companhia foi em 4 de dezembro do ano passado. A “Petrobras Música em Movimento 2018” tinha valor total previsto de R$ 10 milhões.
Em fevereiro, a petroleira já havia ceifado o apoio financeiro a 13 projetos culturais, entre os quais a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo de novembro deste ano. Esta será a primeira vez, em 20 anos, que a Petrobrás não será mecenas desse evento.
A ordem do governo brasileiro surge no momento de sua interferência na política de reajuste de preços do óleo diesel da companhia, como meio de prevenir uma possível greve de caminhoneiros. O movimento do próprio Bolsonaro em relação ao preço do combustível gerou reações negativas do mercado, que esperava do atual governo uma atitude intervencionista, e do ministro da Economia, Paulo Guedes.
De volta a Brasília
Neste domingo de Páscoa, 21, o presidente condenou pelo Twitter os oito atentados ocorridos no Sri Lanka, “inclusive em igrejas, onde se celebrava a Ressurreição de Cristo”. Esta foi a sua única menção à Páscoa até o momento.
Depois de passar o feriado no Forte dos Andradas, no Guarujá (SP), o presidente retornar neste domingo à capital federal, que celebra seus 59 anos. Ele havia embarcado na quinta-feira 18 ao litoral paulista para descansar. A convite da Marinha passeou pela costa a bordo do Navio-Patrulha Guaporé (P45) e, à noite, saiu de moto pelas ruas do Guarujá vestindo uma camisa do jogador Neymar, do clube francês Paris Saint-German. O passeio de moto durou cerca de 20 minutos e, na volta, o presidente parou para atender admiradores, tirou selfies e conversou com a imprensa que o aguardava nas proximidades do forte.