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Bolsonaro repete gesto de ‘banana’ para jornalistas na saída do Alvorada

Em novo ataque à imprensa, presidente se queixou de pergunta feita sobre redução do espaço da biblioteca da Presidência para abrigar equipe da primeira-dama

Por Da Redação Atualizado em 15 fev 2020, 17h11 - Publicado em 15 fev 2020, 16h39

O presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer o gesto de “banana” para jornalistas na saída do Palácio da Alvorada. Ele foi questionado sobre as reformas que estão sendo feitas na biblioteca da Presidência para receber a equipe da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Após as reformas, a biblioteca receberá os responsáveis pelo programa Pátria Voluntária, coordenado por Michelle. Questionado sobre as obras, Bolsonaro disse que os jornalistas “só se preocupam com besteira”. “Vocês só se preocupam com besteira. Nenhum livro vai embora, vai ficar tudo lá”, disse. “A primeira-dama faz um trabalho de graça para o Brasil. Então, em vez de vocês elogiarem, vocês criticam. Tenha paciência”, acrescentou, antes de se dirigir ao carro que o aguardava. Enquanto isso, os apoiadores do presidente aplaudiam a resposta aos gritos de “mito”.

Já dentro do carro, Bolsonaro voltou a comentar o trabalho do programa Pátria Voluntária. “Minha esposa faz um trabalho para pessoas deficientes. De graça. Eu arranjei um lugar para ela trabalhar lá na Presidência porque é melhor, fica mais perto dos ministros para despachar. A biblioteca teve uma pequena diminuição. Estão descendo a lenha porque a biblioteca vai diminuir. Em vez de elogiar a primeira, só reclamam. Quem age dessa maneira merece outra banana, hein?”, disse.

Esta não é a primeira vez que Bolsonaro faz um gesto de “banana” para jornalistas. No sábado 8, antes de seguir para um evento evangélico no estádio Mané Garrincha, em Brasília, ele se queixou da repercussão negativa da declaração feita por ele sobre portadores do vírus da Aids. Na quarta-feira 5, ao defender o programa de prevenção à gravidez na adolescência, da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, o presidente afirmou que uma pessoa com HIV representa “uma despesa para todos no Brasil”.

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“Eu falei de uma menina que deu à luz pela terceira vez aos 16 anos de idade sendo aidética. Foi isso que eu falei. O que faltou? Faltou uma mãe, uma avó, para não começar a fazer sexo tão cedo. Qualquer pessoa com HIV, além do problema de saúde dela gravíssimo, que nós temos pena, é custoso para todo mundo. Vocês focaram no que o aidético é oneroso para todo o Brasil. Estou levando porrada de tudo quanto é grupo de pessoas que têm esse problema lamentavelmente”, afirmou o presidente. O uso da expressão “aidético” para se referir a quem tem a doença também é criticado por especialistas por ter uma carga pejorativa.

De acordo com Bolsonaro, este não é o papel da imprensa. “Vocês não podem continuar agindo assim, destruindo reputações. Vê se vai ter alguma retificação no jornal de vocês amanhã? Não vai ter porque o editor não vai deixar ir para frente. Eu quero conversar com vocês. Ser amigos de vocês. Mas não dá”, disse. “Eu vou dar uma banana pra vocês”, acrescentou.

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