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Bolsonaro se aproxima de Collor em número de pedidos de impeachment

Com ações anunciadas por senador e pela Associação Brasileira de Imprensa, presidente somará 27 solicitações do tipo contra si

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 abr 2020, 17h58 - Publicado em 24 abr 2020, 15h50
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  • A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) anunciaram nesta sexta-feira, 24, que vão apresentar pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. As novas ações serão propostas depois de o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro deixar o governo afirmando que o presidente pretendia trocar o comando da Polícia Federal para interferir politicamente na corporação.

    Com as ações a serem protocoladas pela ABI e Rodrigues, Bolsonaro passará a ser alvo de 28 pedidos de impeachment em análise na Câmara dos Deputados – um outro já havia sido arquivado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em fevereiro. Maia não tem prazo para decidir sobre as solicitações em aberto.

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    Antes mesmo das novas solicitações anunciadas, Jair Bolsonaro já havia ultrapassado nesta semana o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em número de ações do gênero contra si. O pedido apresentado pelo ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes e o presidente do PDT, Carlos Lupi, na quarta-feira, 22, foi o 25º contra Bolsonaro. No dia seguinte, outros dois pedidos foram protocolados. Segundo a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, FHC foi alvo de 24 pedidos de impeachment, a maior parte deles no segundo mandato, entre 1999 e 2002.

    Quando protocoladas, as novas ações contra Bolsonaro o farão se igualar ao número de pedidos de cassação contra o ex-presidente Fernando Collor, que renunciou em meio a um processo de impeachment em 1992. Collor foi alvo de 29 ações, pouco menos que Michel Temer (MDB), com 31 pedidos entre maio de 2016 e dezembro de 2018, e que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 37, entre 2003 e 2010.

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    Alvo de um processo que levou a seu afastamento em maio de 2016, Dilma Rousseff (PT) continua como a presidente que mais foi alvo de pedidos de impeachment: foram 68 entre 2011 e 2016. O ex-presidente Itamar Franco, que governou o país entre 1992 e 1994, levou quatro ações que pediam sua cassação.

    Além do pedido de impeachment protocolado por Ciro Gomes e Carlos Lupi, as outras ações contra o presidente Bolsonaro têm entre os autores o deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), ex-aliado de Bolsonaro, parlamentares do PSOL e cidadãos fora da política.

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    Em vídeo publicado em seu perfil no Twitter, Randolfe Rodrigues apontou que o presidente cometeu o crime de falsidade ideológica ao incluir o nome de Moro na publicação do Diário Oficial da União que exonerou o ex-diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, e de advocacia administrativa. O ex-ministro negou ter assinado a exoneração e afirmou que o presidente pretendia alterar a direção da PF para passar a ter acesso a documentos confidenciais de investigações.

    “Lamentavelmente, diante destas gravíssimas acusações, não nos resta outra alternativa senão ainda no dia de hoje protocolar o pedido de afastamento, de impeachment, do senhor presidente Jair Bolsonaro pelo fato de ter interferido na autonomia da Polícia Federal e ter cometido o crime de falsidade ideológica”, diz o senador.

    Já o presidente da ABI, Paulo Jeronimo de Sousa, escreveu em um comunicado oficial que a decisão de protocolar a ação havia sido tomada em reunião nesta quinta-feira, 23, e foi reforçada hoje. “Os acontecimentos relacionados com a exoneração do ministro Sérgio Moro que vieram à tona hoje, caracterizando a tentativa do presidente de usar a Polícia Federal para seus interesses pessoais, tornam o seu comportamento ainda mais grave e sua situação no cargo ainda mais insustentável”, afirma a ABI.

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