O presidente Jair Bolsonaro se manifestou via Twitter, nesta sexta-feira, 25, sobre a reportagem de capa de VEJA que revela que, em um depoimento ao Ministério Público de São Paulo, o empresário e operador do mensalão Marcos Valério Fernandes de Souza citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um dos mandantes do assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, em 2002.
“Marcos Valério alega que o corrupto presidiário Lula é um dos mandantes do assassinato de Celso Daniel! Surpreso? Não!”, tuitou Bolsonaro, durante sua passagem pela China.
No depoimento inédito obtido por VEJA, Valério declarou que Lula e outros petistas graduados foram chantageados por Ronan Maria Pinto, empresário de Santo André que ameaçava implicá-los na morte de Celso Daniel. Mais: disse ter ouvido de Pinto que o ex-presidente foi o mandante do assassinato. Até hoje, a morte do prefeito é vista como um crime comum, sem motivação política, conforme conclusão da Polícia Civil.
Marcos Valério afirmou que o ex-secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, relatou que ele, Lula e o ex-ministro José Dirceu estavam sofrendo chantagem de Ronan Maria Pinto e lhe pediu ajuda para “resolver” o problema. O silêncio do empresário foi comprado com parte dos 12 milhões de reais obtidos do empréstimo fraudulento do Banco Schahin ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, “pago” por um contrato de 1,6 bilhão de dólares da Petrobras com a empreiteira Schahin.
O promotor Roberto Wider quis saber de Valério se ele conversou com Lula sobre esse episódio. O empresário disse que sim. “Eu virei para o presidente e falei assim: ‘Resolvi, presidente’. Ele falou assim: ‘Ótimo, graças a Deus’”.