A campanha do petista Fernando Haddad decidiu aproveitar os momentos finais da disputa presidencial para tentar barrar o avanço de Jair Bolsonaro (PSL) sobre o eleitorado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na região Nordeste.
Haddad marcou de última hora uma caminhada em Feira de Santana, a maior cidade do interior da Bahia, para a manhã deste sábado, 6, véspera da eleição, ao lado do ex-ministro Jaques Wagner (PT) e do governador Rui Costa (PT), líder absoluto nas pesquisas e forte candidato a garantir a reeleição ainda no primeiro turno.
Trackings da campanha petista mostraram que Bolsonaro cresceu nos últimos dias entre o eleitorado de baixa renda do Nordeste, única região onde o candidato petista tem vantagem sobre o deputado.
O plano inicial do PT era focar a região Sudeste na reta final da campanha. Haddad tem agendas em Minas Gerais e São Paulo nesta sexta, 5. É a segunda mudança de última hora na estratégia petista. Na quarta-feira, diante do crescimento de Bolsonaro nas pesquisas e da possibilidade de o candidato do PSL vencer no primeiro turno, a campanha de Haddad decidiu antecipar os ataques ao capitão da reserva, previstos para acontecer somente no segundo turno.
Desde quinta-feira, Bolsonaro tem investido no eleitorado petista do Nordeste. O candidato do PSL deu uma entrevista à Rádio Jornal de Pernambuco na qual chegou a elogiar Lula. “Ele (Haddad) agora está servindo um homem que poderia ser um grande presidente, mas o Lula está colhendo o que ele plantou, lamento que ele esteja preso”, declarou.
Minas Gerais
Nesta sexta-feira, em Belo Horizonte, Haddad retomou os ataques diretos contra Bolsonaro, a quem acusou diretamente pela enxurrada de notícias falsas que têm sido direcionadas à campanha do PT e disse esperar que o adversário não fuja dos debates no segundo turno.
“Ele (Bolsonaro) não tem compromisso com a democracia, não tem compromisso com a paz, não tem compromisso com a verdade”, disse o petista. “O que ele está fazendo nas redes sociais é temerário, difamando e injuriando as pessoas.”
Haddad disse ainda que espera poder debater com Bolsonaro, que recebeu alta hospitalar no sábado, 23 dias após ser esfaqueado. Segundo o petista, ele tem “fugido permanentemente do debate”. “Nossa expectativa é de debate olho no olho, frente a frente, em vez dele usar a rede social para ofender e difamar”, disse o petista.
(Com Estadão Conteúdo)