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Carlos Marun assume articulação política na quinta-feira

Parlamentar toma posse no cargo após apresentar o relatório da CPI da JBS; principal desafio será a aprovação da reforma da Previdência

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 17h20 - Publicado em 9 dez 2017, 21h53

O presidente Michel Temer (PMDB) convidou oficialmente o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) para ser o novo ministro-chefe da Secretaria de Governo, assumindo a articulação política junto ao Congresso. O parlamentar substituirá o tucano Antonio Imbassahy que enviou carta ao presidente nesta sexta-feira pedindo demissão do cargo.

Um dos mais próximos aliados do presidente no Legislativo, Carlos Marun passará a exercer a função a partir da próxima quinta-feira. A pedido de Temer, segundo nota do Planalto, Imbassahy aceitou permanecer no cargo até a cerimônia de posse do peemedebista.

O grande desafio do novo ministro é conseguir a aprovação, na Câmara e no Senado, da reforma da Previdência, principal proposta do governo Temer. A missão é difícil: por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), são necessários os votos de dois terços das duas Casas – na Câmara, primeira etapa da tramitação, representa o alto número de 308 votos. A expectativa é que o teste inicial entre os deputados ocorra entre os dias 18 e 19 de dezembro.

Antonio Imbassahy estava fragilizado no cargo pela dificuldade de dialogar com as siglas do chamado “Centrão”, grupo de siglas médias que dá sustentação ao governo no Legislativo, e pela posição do seu partido, o PSDB, que se distanciou da base aliada nos últimos meses e dá sinais dúbios em relação ao apoio às mudanças no sistema de aposentadorias.

Essa é a segunda vez que Marun é anunciado para assumir a Secretaria de Governo. Na primeira, em uma ação atabalhoada, ele chegou a ser anunciado pelo Twitter oficial do Palácio do Planalto, mas a mensagem – e a nomeação – foram apagadas depois de uma má repercussão.

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A principal razão para que o deputado só assumir o cargo na quinta-feira é a sua posição como relator da CPI da JBS na Câmara, cujo relatório deve apresentar em sessão a ser marcada para o primeiros dias da próxima semana.

Do baixo clero ao Planalto

Membro da tropa de choque do governo no Congresso, Carlos Marun está no primeiro mandato na Câmara e, até entrar no círculo de parlamentares mais próximos do presidente, integrava o chamado “baixo clero” da Casa, grupo de deputados sem maior expressão política.

Marun ganhou notoriedade por ser o maior defensor do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no processo que levou à cassação do mandato dele. Cunha está preso em Curitiba há mais de um ano e já foi condenado na segunda instância na Operação Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Carlos Marun chegou a visitar o aliado na cadeia, viagem bancada com dinheiro da Câmara – que ele devolveu depois.

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Além de defender Eduardo Cunha, Marun foi um dos líderes da articulação pela derrubada, na Câmara, das duas denúncias da PGR contra Michel Temer. Após a votação da segunda acusação da PGR contra o presidente, pelos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça, o deputado foi filmado cantando e dançando no plenário, em comemoração da decisão da Casa de não permitir que a denúncia seguisse ao Supremo Tribunal Federal (STF).

No vídeo, o peemedebista entoa uma paródia de Tudo Está no Seu Lugar, música que ficou conhecida na versão de Benito di Paula e provoca a oposição. “Tudo está no seu lugar. Graças a Deus, graças a Deus. Surramos mais uma vez essa oposição, que não consegue nenhuma ganhar”, entoou para as câmeras o parlamentar, antes de bater palmas e sair de cena (assista abaixo).

Ao ascender politicamente, Carlos Marun foi indicado a posições de destaque no Congresso, como a presidência da Comissão Especial que debateu a reforma da Previdência e a relatoria da CPMI da JBS, que mira os executivos do Grupo J&F, cujas delações premiadas levaram a PGR a denunciar o presidente.

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Leia aqui entrevista concedida por Marun a VEJA, em julho.

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