Casagrande defende protagonismo federal no combate ao crime: “É preciso descapitalizar as facções”
Governador do Espírito Santo critica politização da segurança e vê na PEC da Segurança chance de reorganizar o papel da União
Em entrevista ao programa Ponto de Vista, de VEJA, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), defendeu que o governo federal assuma um papel mais ativo na coordenação das políticas de segurança pública, inclusive com a aprovação da PEC da Segurança, proposta que enfrenta resistência entre governadores da oposição.
“O governo federal precisa ter protagonismo nessa área. Não podemos tratar segurança como disputa entre direita e esquerda”, disse Casagrande, que também criticou o recém-lançado Consórcio da Paz, idealizado por gestores estaduais alinhados à direita. “É mais do mesmo. Já temos consórcios regionais suficientes. O que as pessoas querem é resultado”, afirmou.
Para o governador, o enfrentamento às facções exige planejamento, inteligência e cooperação institucional — e passa, sobretudo, por asfixiar financeiramente o crime organizado. “Temos que descapitalizar as organizações criminosas, integrar a Receita Federal e a Polícia Federal e usar a informação financeira como arma”, afirmou.
Casagrande, que destacou o desempenho do programa capixaba Estado Presente na redução da violência, também avaliou a operação no Rio de Janeiro como um divisor de águas, mas alertou que o sucesso só poderá ser medido pela capacidade do Estado de manter o controle territorial. “Depois que o crime ocupa um território, é como pasta de dente fora do tubo: para colocar de volta é muito mais difícil”, resumiu.







