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Caso Marielle: Polícia Federal apura ligações de políticos com o crime

Autorizados pela Justiça do Rio, agentes cumprem mandados de busca e apreensão

Por Fernando Molica
21 fev 2019, 14h05
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  • Deflagrada na manhã desta quinta, 21, a operação da Polícia Federal relacionada à apuração do assassinato da vereadora Marielle Franco aponta para uma eventual participação de políticos no crime – uma linha de investigação diferente da que é seguida pela Delegacia de Homicídios da Polícia Civil do Rio. Autorizados pelo juiz Gustavo Kalil, do 4º Tribunal do Júri, agentes da PF cumprem oito mandados de busca e apreensão.

    Em maio, VEJA revelou que outros políticos eram suspeitos de ligação com o caso – até então, o vereador Marcelo Siciliano (PHS), apontado por uma testemunha, era o único a ser investigado. Em agosto, em outra reportagem publicada em VEJA, o então deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) disse que a eventual participação no crime de três parlamentares do MDB também estava sendo apurada.

    Em novembro, a PF passou a investigar a possibilidade de autoridades fluminenses estarem atrapalhando a apuração do assassinato de Marielle, ocorrido em 14 de março do ano passado. O motorista Anderson Gomes também foi morto. O inquérito da Delegacia de Homicídios aponta para a participação de milicianos no crime.

    Tensão

    O envolvimento da PF para apurar suspeitas de interferência na apuração do crime foi anunciado no ano passado pelo então ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Ele confirmou, como havia sido informado pela coluna Radar, que esse era um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

    Em entrevista coletiva, o ministro da Segurança afirmou que depoimentos colhidos pelo Ministério Público Federal (MPF) indicavam uma atuação dos criminosos nesse sentido e demandavam uma apuração externa à Polícia Civil, o que provocou uma reação inflamada de duas associações de delegados fluminenses, o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindelpol-RJ) e a Associação dos Delegados de Polícia (Adepol-RJ).

    Para as entidades, Jungmann estava “dando maior credibilidade à palavra do referido criminoso em detrimento de agentes do Poder Público de notória história de combate à criminalidade” e queria faturar politicamente com o caso. Com o fim do governo Temer, a pasta da Segurança foi incorporada à da Justiça, ambas comandadas atualmente pelo ministro Sergio Moro.

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