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Cerco a Bolsonaro se fechou em 2024, mas desfecho do caso tem longo caminho

A investigação agora será analisada pela PGR, que pode denunciar ou não os envolvidos ou pedir novas diligências

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 dez 2024, 08h00

Se Jair Bolsonaro ainda sonhava com a possibilidade de ser beneficiado com uma anistia política, consolidar-se como principal expoente da direita e concorrer nas eleições presidenciais de 2026, suas chances minguaram consideravelmente depois que a Polícia Federal concluiu, no fim de novembro, o inquérito que aponta o capitão como articulador e beneficiário de uma trama que golpearia a democracia para mantê-lo no poder. Indiciado pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático e organização criminosa, o ex-presidente foi acusado de dirigir e executar um plano que previa, entre outros desatinos, atentar contra o ministro Alexandre de Moraes, o presidente eleito, Lula, e seu vice, Geraldo Alckmin. O grupo criminoso envolveu mais 39 pessoas, incluindo ex-ministros do governo e oficiais de várias patentes das Forças Armadas. A julgar pelo que concluiu a PF, especialmente depois da prisão do general Braga Netto, a situação jurídica do ex-­presidente ficou extremamente complicada. Ele pode ser sentenciado a uma pena superior a 28 anos de prisão em caso de condenação.

O inquérito reuniu um conjunto de provas e depoimentos mostrando que Bolsonaro, após perder as eleições, elaborou com seus assessores mais próximos planos para impedir a posse de Lula. O ex-presidente já admitiu que conversou com generais sobre a possibilidade de implementar medidas extremas, como a decretação do estado de sítio, mas isso, segundo ele, fazia parte de estratégias de contingência caso se confirmasse que teria havido fraude no processo eleitoral, o que não aconteceu. Sobre o atentado contra Moraes, Lula e Alckmin, redigido por um general que ocupava um cargo no Palácio do Planalto, Bolsonaro afirma que desconhecia a ação. A investigação agora será analisada pela Procuradoria-Geral da República, que pode denunciar ou não os envolvidos ou pedir novas diligências — decisão que deverá ser conhecida apenas em 2025 e que dará início a um processo judicial que pode estender-se por anos. Ainda há, portanto, um longo caminho até o desfecho do caso, mas uma coisa é certa: o cerco ao ex-presidente se fechou.

Publicado em VEJA de 20 de dezembro de 2024, edição nº 2924

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