O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), apresentou nesta quinta-feira, 18, uma queixa-crime contra o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) com base nas declarações deste em entrevista a VEJA publicada no último dia 5.
Na peça, assinada pelo advogado Fernando José da Costa, Doria afirma que Kajuru cometeu os crimes de injúria e difamação ao chamá-lo de “escória” e “chumbrega”.
Questionado se os planos de ser senador vinham de muito tempo, o político do PSB afirmou que deixou claro em 2016, quando se elegeu vereador de Goiânia, que sairia do cargo para buscar o Senado. Ele se colocou em contradição com o tucano que, na visão dele, foi a “escória da escória” ao deixar a Prefeitura de São Paulo para se eleger governador do Estado.
Em outra resposta, perguntado sobre as razões para ter essa visão de João Doria, o parlamentar levanta o questionamento de se “aqueles entrevistados eram gratuitos”, em referência aos programas que o hoje governador apresentou em emissoras de televisão. “Tal afirmação alude que João Doria Júnior recebia dinheiro de seus entrevistados, dando a entender que ele não exercia a sua função de entrevistador com a seriedade necessária, já que manipularia as entrevistas de acordo com interesses escusos”, escreve Costa na queixa-crime.
Para a defesa de Doria, as falas de Jorge Kajuru não se inseririam no contexto da chamada “imunidade parlamentar”, que protege deputados e senadores contra ações por declarações e votos. No entendimento do advogado Fernando da Costa, a imunidade contempla apenas as falas que estão relacionadas às funções centrais do mandato, a elaboração de leis e a fiscalização do Poder Executivo.
“No caso em apreço, a conduta praticada se deu por propagação de informações falsas, difamatórias e injuriantes em entrevista concedida a VEJA, apenas visando atacar a honra de João Doria. Resta claro que não se está tratando de elaboração de leis, tampouco de fiscalização de atos do Poder Executivo”.
Procurado por VEJA, Jorge Kajuru se disse “feliz com o massacre de apoio ao que falei desse almofadinha e novo rico sem justificativa”. O senador afirmou ainda que o tucano “empata em nojo e rejeição com Gilmar Mendes”.