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Cheque de ex-assessor a Michelle foi pagamento de dívida, diz Bolsonaro

Presidente eleito relata que Fabrício Queiroz lhe devia dinheiro e pagou à futura primeira-dama em dez cheques porque ele 'não tem tempo de sair'

Por Redação
Atualizado em 9 jan 2019, 20h07 - Publicado em 7 dez 2018, 21h57

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) se pronunciou nesta sexta-feira, 7, sobre o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontou 1,2 milhão de reais em transações financeiras “atípicas” de um ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), seu filho. Entre as movimentações de Fabrício José Carlos de Queiroz listadas pelo órgão está a emissão de cheques que somam 24.000 reais para a futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Em entrevista ao site O Antagonista, Bolsonaro disse que Queiroz, ex-motorista de Flávio, devia-lhe dinheiro – 40.000 reais – e fez o pagamento a Michelle. O conteúdo do relatório do Coaf e a citação à mulher do presidente eleito no documento foram revelados pelo jornal O Estado de S. Paulo na quinta-feira, 6.

“Emprestei dinheiro para ele em outras oportunidades. Nessa última agora, ele estava com um problema financeiro e uma dívida que ele tinha comigo se acumulou. Não foram 24 mil reais, foram 40 mil. Se o Coaf quiser retroagir um pouquinho mais, vai chegar nos 40 mil reais”, afirmou.

Bolsonaro disse ainda que poderia ter colocado o dinheiro em sua conta, dividido em dez cheques de 4.000 reais por Queiroz, mas que o valor foi destinado à conta de Michelle porque ele “não tem tempo de sair”. “Essa é a história, nada além disso. Não quero esconder nada, não é nossa intenção”, completou.

O pesselista declarou que não se lembra do valor original da dívida de Queiroz, que depois se “acumulou”. O presidente eleito também afirma que não registrou a transação em sua declaração de imposto de renda.

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Jair Bolsonaro disse ser amigo de Queiroz, que ele conheceu em 1984 na Brigada Paraquedista. Ele afirmou que recebeu surpreso o conteúdo do relatório do Coaf sobre o volume das transações financeiras suspeitas e que suspendeu contato com ele até que o ex-assessor dê explicações ao Ministério Público.

VEJA revelou nesta sexta-feira que sete servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que passaram pelo gabinete de Flávio Bolsonaro fizeram transferências bancárias para uma conta mantida por Queiroz.

O levantamento, feito com base no relatório do Coaf, aponta que estes servidores, entre os quais a mulher e uma filha de Queiroz, transferiram no total 116.556 reais para uma conta dele no banco Itaú entre 1º de janeiro de 2016 e 31 de janeiro de 2017.

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