Candidato à presidência pelo PDT nas últimas eleições, o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes voltou a condenar o voto de oito deputados de seu partido que apoiaram o texto-base da reforma da Previdência, contrariando a orientação da sigla. Entre eles, está a deputada Tabata Amaral (PDT-SP), que disse ter aprovado o projeto que muda as regras de aposentadoria “por convicção“.
Apesar da postura de Ciro, nos bastidores os partidos que tiveram divergências na votação da reforma – casos do PDT e PSB – pretendem punições mais brandas do que a expulsão dos dissidentes.
“Passada a ressaca política, precisamos olhar essa questão com severidade e equilíbrio. Eles deveriam tomar a iniciativa de sair. Estou, como dizia o velho Djavan, com aquele sofrimento de ‘desgosto de filha’”, declarou o ex-governador em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. “Essa geleia geral faz com que as pessoas não acreditem mais na política, e, sendo assim, não acreditam na democracia”, complementou.
Anteriormente, ele já havia adotado a mesma postura em sua contra no Twitter e em discurso em evento em Porto Alegre.
Na última terça-feira 9, após reunião com a bancada do partido na Câmara, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse que quem apoiasse as mudanças nas regras de aposentadoria propostas pelo governo Bolsonaro seria punido com o desligamento. Em março, o PDT fechou questão contra a reforma da Previdência.
Favorável à reforma, Tabata liderava um grupo que prometia acompanhá-la na votação. Além da parlamentar paulista, outros sete deputados votaram a favor da proposta de emenda à Constituição. São eles: Alex Santana (BA), Flávio Nogueira (PI), Gil Cutrim (MA), Jesus Sérgio (AC), Marlon Santos (RS), Silvia Cristina (RO), e Subtenente Gonzaga (MG). A bancada do PDT é composta por 27 deputados.