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Ciro Gomes: Não sou Dilma; marginal como Cunha não me derrubaria

Em encontro com vereadores, ex-ministro de Lula também criticou ativismo judicial e presença de magistrados no campo político

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 26 abr 2018, 19h41 - Publicado em 26 abr 2018, 18h50
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  • Pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes disse nesta quinta-feira (26), que, se for eleito, não será tarefa fácil derrubá-lo do cargo, mas admitiu que precisará de respaldo popular para governar. Ele participou 16ª Marcha dos Vereadores, em Brasília.

    “Se vocês (vereadores) deixarem, vão me derrubar. Não vai ser fácil não, porque não sou a Dilma, sou do ramo. Tu acha que um marginal como Eduardo Cunha me derrubaria? É preciso ser muito mais homem do que eu para me derrubar”, disse. Em discurso, o pré-candidato disse que é preciso dar apoio ao próximo presidente, caso contrário “vão derrubar o terceiro, o quarto, o quinto porque isso está escrito nesse país enquanto não virarmos o jogo”.

    Para o ex-ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva, ter na história da redemocratização dois presidentes cassados faz com que o país “não aguente esse nível de instabilidade”. “A nação vai precisar se dar as mãos para sair dessa profunda encalacrada”, declarou.

    Na avaliação de Ciro, o Congresso Nacional derrubou Dilma Rousseff, “uma presidente honrada, embora estivesse fazendo um governo ruim”, num processo de impeachment “inventado” e que não dá mais para aceitar “gente que não tem voto” governando. “Remédio para governo ruim é pressão popular e data de eleição para mudar”, afirmou.

    Ao criticar o ativismo judicial, Ciro disse que a nomeação do ex-presidente Lula como ministro-chefe da Casa Civil por Dilma foi um “erro brutal” por passar a mensagem de fim da autoridade dela e de que Lula precisava sair da jurisdição do juiz Sergio Moro. Para o presidenciável, ao barrar a nomeação de Lula, o Supremo Tribunal Federal (STF) invadiu as prerrogativas do Executivo.

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    O pré-candidato afirmou que é preciso restaurar o poder político como “imperativo da democracia” e reclamou que outros personagens de fora da política estão ocupando o vácuo de poder. Em seu discurso, Ciro criticou os magistrados que falam demais e que, em sua avaliação, também estão fazendo política ao se expor.

    Aos vereadores, Ciro disse que o Brasil tem um problema estrutural a resolver e a porta de saída para o problema está na restauração da democracia e da liderança política. Segundo o pré-candidato, enquanto o país perde com a crise, o sistema financeiro “enche a pança”.

    Ciro pregou que as reformas tributária e previdenciária sejam feitas simultaneamente. O pré-candidato reconheceu que o sistema previdenciário quebrou e disse que, ao invés de resolver o problema na década de 90, “fomos criando puxadinhos”. O presidenciável afirmou que vai propor um novo modelo previdenciário para que haja ao menos um “lapso de sustentabilidade” de pelo menos 10 ou 20 anos. Se as reformas não andarem, vai propor plebiscito popular ou referendo.

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    Em entrevista, Ciro disse que, ao chegar no Executivo com a força das urnas, vai apresentar imediatamente os projetos de interesse do governo para serem votados no primeiro semestre. Ainda que tenha a minoria dos parlamentares no Congresso Nacional, Ciro disse que isso não o assusta porque todos os presidentes eleitos no País chegaram no Parlamento sem a maioria mas que ainda assim “chegaram com poderes imperiais”. 

    Se eleito, Ciro disse que vai manter o Ministério da Segurança Pública, mas que ainda não tem certeza se será necessário um Ministério da Justiça por considerar que as atribuições rivalizam com a questão da segurança pública. O presidenciável disse que pretende ampliar o efetivo da Polícia Federal e que vai investir em inteligência.

    Em seu governo, Ciro afirmou que o foco da investigação sobre narcotráfico, lavagem de dinheiro, facção criminosa e crimes contra a administração pública será federal. “Vamos meter a mão na história da Segurança Pública. Achamos que o convencional não vai resolver o problema trágico de que o Brasil é um país impotente diante da escalada da violência”, comentou.

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