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Ciro promete vetar venda da Embraer e colocar BC para gerar emprego

O candidato do PDT se apresentou como um 'nacionalista fervoroso' e voltou a defender proposta de renegociar dívidas de brasileiros inscritos no SPC

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 17h13 - Publicado em 18 set 2018, 10h01

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, afirmou nesta segunda-feira 17 ser um “nacionalista fervoroso” e prometeu que, se eleito, vai vetar a venda da Embraer para a americana Boeing. Durante entrevista ao Jornal da Globo, o pedetista também propôs instituir o chamado “duplo mandato” para o Banco Central: além de controlar a inflação, a instituição deve buscar gerar emprego.

“Eu sou nacionalista, mas não quero estatizar a Embraer. Eu quero que a Embraer seja nacional brasileira, eu não tenho nada contra ela ser privada. Foi assim que ela desenvolveu essa posição de ser a maior empresa mundial de jatos médios. Os americanos acabaram de proibir os chineses de comprar a Qualcomm, que é uma empresa privada. Por que eles fazem isso? Para proteger mercados estratégicos, no caso, chips. E o Brasil, que só tem mais dois lugares, o petróleo e a Embraer, nós vamos entregar para o capital externo? Vamos pagar a conta como? Minério de ferro não vai pagar a conta do Brasil”, afirmou.

O ex-ministro da Fazenda afirmou que o Brasil vive sob um “golpe de Estado”, em referência ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o que justifica a revisão de decisões tomadas no período, em especial a reforma trabalhista. “Esta revisão das reformas feitas pelo Temer não são quebra de contrato. O que aconteceu com a reforma trabalhista foi uma fraude no Senado. O Senado votou e o veto do presidente não ocorreu”, afirmou.

Banco Central

Para Ciro Gomes, o BC deve se aproximar das “melhores práticas internacionais”, em referência ao Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) e buscar uma taxa de inflação que seja “a menor possível”, mas que “garanta pleno emprego”. Segundo ele, o atual esquema de meta de inflação é uma “canalhice” que “privilegia a especulação financeira”.

“O que eu vou fazer é que os preços centrais da economia brasileira privilegiem quem trabalha e produz. E passe esse país a privilegiar quem está na produção e no trabalho, encerrando uma crônica de agiotagem protegida pelo governo federal brasileiro e que está matando a nossa sociedade”, afirmou o candidato.

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Ciro voltou a defender a sua proposta de renegociação de dívidas de brasileiros com o “nome sujo” na lista do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Questionado sobre o chamado “aval solidário”, os grupos de cinco ou dez pessoas que terão de ser compostos para a renegociação, ele afirmou que não precisam ser necessariamente todos devedores e que será possível acionar avalistas para dar “o mínimo de garantia para a Caixa Econômica e o Banco do Brasil”. “Estamos falando em parcelas de 40 reais. Se uma pessoa faltar, dividido por 10 são 4 reais por mês. É o mínimo de solidariedade que se pede do povo brasileiro”.

Haddad e Mourão

O ex-ministro fez críticas às duas principais candidaturas com as quais disputa uma vaga no segundo turno, as de PSL e PT. Sobre o general Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro (PSL), Ciro afirmou pela terceira vez que considera o militar um “jumento de carga” e atacou a sua fala sobre famílias compostas por mães e avós serem “fábricas de desajustados”.

“Aí eu não posso dizer que tem burro no Brasil. Mas tem. Veja só este general (Hamilton) Mourão. Hoje ele falou que casa com mãe e avó é de desajustado. Ele é um jumento de carga. Eu disse isso já e repito”, criticou. O candidato também afirmou ter avisado o comandante do Exército, general Eduardo Villas-Bôas, que o vice de Bolsonaro está “escalando o golpe”.

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Ele também falou sobre o postulante do PT, Fernando Haddad, lembrando que o petista não conseguiu chegar ao segundo turno na disputa pela reeleição à prefeitura de São Paulo em 2016. Disse que considera Haddad um “amigo”, mas o colocou em uma lista de más “escolhas” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, junto com o ex-ministro Antonio Palocci e a ex-presidente Dilma Rousseff.

“O (Antonio) Palocci foi escolha do Lula. A Dilma (Rousseff) foi escolha do Lula. O Michel Temer foi escolha do Lula. E agora o Haddad foi escolhido pelo Lula. Eu não tenho nada contra o Haddad, ele é meu amigo pessoal, mas teve 16% dos votos em 2016, perdeu em todas as regiões [de São Paulo]”, disse o pedetista.

Ciro Gomes disse que não criticaria o ex-presidente Lula para não ser “covarde”, porque o petista está preso. Mas reafirmou que Lula foi avisado e sabia que havia “pessoas que estavam procurando indicações para roubar” a Petrobras, em referência ao esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato.

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