O programa Os Três Poderes, de VEJA, desta sexta-feira, 23, apresentado pelo editor Ricardo Ferraz e comentado pelos colunistas Matheus Leitão, Ricardo Rangel e Robson Bonin, analisou o avanço de Pablo Marçal, candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo, nas últimas pesquisas do Instituto Paraná, Datafolha e AtlasIntel.
A edição contou ainda com a presença de Pedro Simões, marqueteiro de Tabata Amaral (PSB), rival do coach na disputa. Ele tratou das estratégias usadas pela deputada para tentar crescer e chegar ao segundo turno e ressaltou a necessidade de “trabalhar com a surpresa”, uma vez que a deputada federal ainda não é amplamente conhecida.
A respeito do estilo agressivo de Marçal, Simões lembrou que Tabata, até o momento, foi a única a confrontá-lo e que este pode ser um caminho para evitar que o coach continue em ascensão. “Quando ele é confrontado, ele não vai tão bem. O importante é confrontá-lo, exatamente como qualquer candidato precisa ser”, afirmou o estrategista.
Além dos números gerais dos levantamentos realizados nesta semana na capital paulista, os colunistas analisaram as sondagens realizadas também no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte e o acordo feito entre Congresso e STF sobre as emendas parlamentares.
A POLÍTICA DA LACRAÇÃO
No pleito municipal deste ano, Pablo Marçal passou a representar uma nova e perigosa encarnação de um candidato antissistema ao desnortear adversários com golpes baixos, mentiras e uma campanha maciça nas redes. Reportagem de capa de VEJA desta semana mostra que, apesar de suas propostas rasas e extensa ficha de rolos na Justiça, o coach tem conseguido subir nas pesquisas e preocupa rivais na disputa pelo comando da cidade de São Paulo. Levantamento do Paraná Pesquisas mostra um avanço de cinco pontos de Marçal em duas semanas. Ele agora tem 17,9% contra 24,1% de Ricardo Nunes e 21,9% de Guilherme Boulos. No mais recente Datafolha, Marçal saltou de 14% para 21% e está tecnicamente empatado com Nunes (19%) e Boulos (23%).
DISPUTA NO RIO E EM BH
No Rio de Janeiro, o atual prefeito, Eduardo Paes, segue na liderança isolada na pesquisa Datafolha, com 56% das intenções de voto. Em segundo aparece Alexandre Ramagem, com 9%, que é seguido de perto por Tarcísio Motta, que tem 7%. Já em Belo Horizonte, Mauro Tramonte manteve a ponta, com 27%. O candidato é apoiado pelo governador Romeu Zema e pelo ex-prefeito Alexandre Kalil, rivais na política mineira. A segunda posição é dividida por cinco concorrentes empatados dentro da margem de erro: Carlos Viana (12%), Bruno Engler, Duda Salabert e Fuad Noman (todos com 10%) e Rogério Correia (7%).
AS APARÊNCIAS ENGANAM
O acordo entre os Três Poderes a respeito das emendas parlamentares, anunciado nesta semana, na verdade, esconde conflitos que ainda não terminaram. Matéria de VEJA mostra que, longe das lentes dos fotógrafos, o encontro entre o governo, o Congresso e o Judiciário teve momentos de tensão. O presidente da Câmara, Arthur Lira, por exemplo, queixou-se de uma tabelinha entre o governo e o Supremo sobre o tema. Houve climão também após comentários do ministro Flávio Dino, relator do caso na Corte, e do chefe da Casa Civil, Rui Costa. No entanto, mais importante do que saber quem levará a melhor na negociação, é garantir que o uso do dinheiro público seja transparente e eficiente.